Os produtores estão tão otimistas que nem o atraso da colheita, por causa de problemas com o clima, parece suficiente para abalar a confiança deles.
– Este atraso não vai atrapalhar em nada. Primeiro porque não é muito grande, na faixa de 15 dias. Precisamos encerrar nossa colheita dia 30 de agosto pelo programa de controle do bicudo, temos também que destruir a soqueira até 30 de agosto. O produtor está bem equipado com máquinas e nós vamos conseguir tranquilamente cumprir esta exigência – afirma o presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Júlio Busato.
O produtor rural Celestino Zanella foi uma das vítimas do clima e pragas como o bicudo e a helicoverpa. Ele conta que a produtividade foi reduzida para 200 arrobas por hectare. Alguns fazendeiros da região gastaram U$S 600 por hectare com aplicações de defensivos. Nesta safra, para reduzir os gastos, o produtor intensificou o manejo e buscou alternativas mais eficazes.
– Este ano usamos todos os controles biológicos que temos a disposição, como vírus, vespinha, os BT e também as variedades de algodão. Este algodão que estamos usando aqui é um algodão bougart 2, já tem na genética o controle de uma série de lagartas e temos 20% de refúgio. Nós prendemos muito em 2013 com a helicoverpa e aprendemos a controlar o bicudo – diz o produtor.
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A área de algodão plantada nesta safra no oeste baiano é de 303 mil hectares, 50 mil hectares a mais do que no ano passado. Em 2013, a produtividade era em média de 226 arrobas por hectare, agora a expectativa é que chegue a 270 arrobas por hectare. Para quem planta o algodão irrigado, menos de 10% do total, a produtividade é ainda maior, a colheita pode passar de 400 arrobas até o final de agosto.
– Na região, a recuperação em relação ao ano passado é maravilhosa, vai ter um aumento significativo. Em algumas áreas até 100% a mais, infelizmente a gente teve que apanhar para ter a consciência de que todo ano tem que cuidar bastante do bicudo, que ainda é a principal praga do algodoeiro. Tem que cuidar bastante da destruição das soqueiras, das tigueras, fazer armadilhas, porque senão, o prejuízo é intenso – diz o engenheiro agrônomo, Domingos Lacerda.
Com uma maior oferta, o preço deve cair nesta safra. Em 2013, a pluma foi negociada a R$ 0,90 a libra peso, agora a expectativa é de que gire em torno de R$ 0,85.
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