• Programa Fitossanitário da Bahia defende área de refúgio superior à recomendada pelas empresas
• Cotonicultores buscam definições sobre a área de refúgio em Minas Gerais
O aumento da proporção de pragas resistentes e o manejo incorreto são as principais explicações para o recente fracasso de algumas tecnologias.
– Se não fizermos nada, eu acho que a chance de perdermos todas as tecnologias é muito alta – alerta o entomologista Celso Omoto.
Para o pesquisador, a tendência é piorar. A resistência das pragas aos químicos está sendo observada, bem como o aumento das doses recomendadas de inseticidas, o uso de misturas indevidas e pulverizações mais frequentes, que têm contribuído para o comprometimento da eficácia dos produtos.
– Toda a base do manejo de pragas está sendo comprometida. Nós estamos gastando mais, aumentando os custos de produção, destruindo mais os inimigos naturais, poluindo mais, ou seja, contaminando o ambiente, então tudo isso é contra a filosofia que preconizamos, em termos de manejo ecológico de pragas – diz Omoto.
O Ministério da Agricultura (Mapa) deve se reunir nesta semana para discutir o assunto. A ideia é definir o tamanho da área de refúgio e torná-la obrigatória já para a próxima safra.
– Seria o momento de nós revisarmos as recomendações que foram aprovadas pelas empresas, porque nós temos um fato novo, uma nova praga, uma espécie bem mais tolerante à proteínas BT, e as áreas de refúgios que têm sido preconizadas pelas empresas, 5% ou 10%, talvez não sejam suficientes para preservar as tecnologias – explica.
O diretor técnico da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Luiz Nery Ribas, disse que a entidade vai seguir a orientação das pesquisas e que espera que o governo regulamente, com base na ciência.