Pecuaristas gaúchos reclamam da falta de pagamento pelo leite entregue à Laticínios Pavlat

Cinco produtores do município de Guabiju estão sem receber pela produção desde o envolvimento da empresa na Operação Leite CompensadoNo Rio Grande do Sul, produtores rurais reclamam da falta de pagamento pelo leite entregue à indústria de Laticínios Pavlat. A empresa é uma das denunciadas pelo Ministério Público Gaúcho na Operação Leite Compensado, que investiga a adulteração do leite.

O município de Guabiju é forte na produção leiteira no Estado. Cerca de 100 produtores rurais produzem, em média, 500 litros por dia. Na cidade, cinco produtores estão sem receber da Pavlat. O sindicato rural está pedindo ajuda da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS), para buscar uma solução.

O assessor regional da Fetag-RS José Luis Pieta diz que a empresa Pavlat já entrou em contato com os sindicatos rurais de outros municípios com uma proposta de pagamento que não agradou os produtores rurais.

O produtor Ismael Rampazzo produz 600 litros de leite por dia e entrega para os transportadores, tudo dentro das regras vigentes em lei. Eles coletam amostras do leite para testes na indústria e fazem análises de qualidade antes mesmo de carregar o caminhão.

Desde o dia 26 de maio, Rampazzo está fornecendo o produto para outra indústria. Antes ele entregava a produção para empresa Pavlat, que foi acusada de misturar soda caustica e água oxigenada ao leite.

– Ficou R$ 40 mil para pagar e hoje estamos com as contas atrasadas. Não sei como vão ser os próximos dias – conta Rampazzo.

O dono da empresa segue preso, mas a indústria, localizada em Paverama, segue funcionando. O pecuarista conta que depois da Operação Leite Compensado, os pagamentos, que eram quinzenais, começaram a atrasar.

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O transportador Cleber Pedretti conta que a categoria sofreu depois das denúncias de fraudes no leite produzido no Rio Grande do Sul. Por outro lado, acredita que os que transportadores honestos se fortaleceram.

A diretora da Pavlat, Ana Klain, afirma que a empresa teve em torno de 500 laudos especiais atestados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em que o leite processado estava dentro dos padrões aceitáveis. O regime de testes voltou ao normal, sem a participação do Mapa. Mas, segunda a diretora, a empresa perdeu concorrência no mercado e enfrenta problemas financeiros. A redução de fornecedores de leite chega a 80% e o quadro de funcionário está sendo reduzido. Segundo ela, a empresa pretende pagar a todos os produtores rurais.

Esta reportagem é fruto de uma reclamação enviada pelos pecuaristas da região ao Canal Rural através do Facebook. Você tem reclamações, denúncias ou sugestões de pauta? Veja aqui como enviar para nossa redação.

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