De acordo com o diretor técnico da entidade, Antonio de Padua Rodrigues, “a persistência do clima mais seco desde o início da safra tem por um lado favorecido a operacionalização da colheita, mas por outro prejudica severamente o desenvolvimento da planta, intensificando a quebra agrícola”. Já existem unidades produtoras que estão reduzindo o ritmo de colheita para não avançar em áreas que não atingiram o ciclo de desenvolvimento e maturação, afirmou.
Dados apurados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) a partir de uma amostra composta por cerca de 160 unidades produtoras mostram que o índice de precipitação pluviométrica registrado nas regiões produtoras permanece abaixo do patamar histórico para o período. No último mês, o volume de chuvas registrado nas áreas com cana ficou 50% menor que o verificado em maio de 2013.
Assim, a produtividade agrícola da área colhida até o final de maio alcançou 78,4 toneladas de cana por hectare, queda de 7,3% frente o mesmo período de 2013. Especificamente em maio, o rendimento agrícola atingiu 80 t/ha, declínio de 6,4% em relação ao mesmo mês de 2013.
Para Rodrigues, “a quebra observada até o momento é preocupante e deverá ficar mais evidente ao final da safra”. Esse cenário esperado de baixa produtividade agrícola nas últimas quinzenas da safra poderá comprometer a oferta de matéria-prima, já que algumas áreas não serão colhidas e outras serão, porém com elevado custo e dificuldades logísticas para o abastecimento da indústria, destacou.
Na primeira quinzena de junho, sete usinas entraram em operação, totalizando 269 unidades até o momento. A expectativa é de que 16 empresas iniciem o processamento na safra 2014/15 a partir da segunda metade de junho, disse a Unica.
ATR
A concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de matéria-prima processada atingiu 129,98 kg na primeira quinzena de junho, ante 125,26 kg computados em igual quinzena do último ano (+3,77%). No acumulado da safra, o teor de ATR é praticamente idêntico àquele apurado na safra passada: 121,64 kg/t agora contra 121,87 kg/t há um ano (-0,19%).
Produção
Do volume total de cana-de-açúcar processada até o momento, a maior parcela continua a ser destinada à produção de etanol, com mix de produção para o produto alcançando 57,84%.
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Vendas
As vendas de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul do Brasil no acumulado da safra 2014/15 até 15 de junho alcançaram 4,87 bilhões de litros, o que representa um aumento de 4,46% no comparativo com igual período de 2013. Do total, 383,33 milhões de litros foram destinados à exportação e 4,48 bilhões de litros ao mercado doméstico.
No mercado doméstico, as vendas acumuladas de etanol hidratado totalizaram 2,54 bilhões de litros e as de anidro, 1,94 bilhão de litros (crescimento de 14,69% em relação ao último ano).
Na primeira quinzena de junho, as vendas totais das unidades produtoras alcançaram 931,08 milhões de litros, sendo apenas 28,27 milhões de litros para o mercado externo e 902,81 milhões de litros para o mercado doméstico.
As vendas domésticas de etanol anidro cresceram 13,77% nos primeiros quinze dias de junho deste ano no comparativo com o mesmo período de 2013, totalizando 417,65 milhões de litros. As vendas de etanol hidratado, entretanto, alcançaram 485,16 milhões de litros, queda de 1,85% no comparativo com a mesma quinzena da safra 2013/2014 e de 13,22% em relação à última quinzena de maio deste ano.
– A queda nas vendas de etanol hidratado na primeira quinzena de junho se deve, em grande medida, ao menor número de dias úteis observados nesse período – explicou Rodrigues.