A patente é resultado de mais de 15 anos de pesquisas desenvolvidas pelas equipes da Embrapa, sob o comando do pesquisador Miguel Borges, e tem foco no controle biológico dos percevejos com base em feromônios – substâncias químicas utilizadas na comunicação entre seres vivos da mesma espécie na natureza. Os feromônios são utilizados pelos insetos para vários fins, como alimentação, demarcação de território, presença de predadores, reprodução, entre outros.
Quando se alimentam, os percevejos atingem diretamente os grãos em formação e, por isso, representam um perigo na reta final do cultivo, quando se definem o rendimento e a qualidade da semente. Os feromônios isolados em laboratório são colocados em armadilhas que, por sua vez, são distribuídas pelas lavouras em várias regiões produtoras de soja no Brasil com o objetivo de monitorar e controlar as populações dos percevejos-praga e, consequentemente, reduzir os danos às plantações.
No Brasil, o mercado de semioquímicos (substâncias dentre as quais os feromônios se enquadram) está em franca expansão, com mais de 15 produtos registrados e outros em fase de registro, o que demonstra que há grande interesse de empresas privadas na tecnologia de controle e monitoramento de pragas.
Controle biológico de pragas da soja é prioridade no Brasil
O Brasil é o segundo maior produtor e exportador mundial de soja, participando com 23,8% da produção mundial e 19% do total exportado. A produção nacional é de cerca de 68 milhões de toneladas, envolvendo 16 estados e uma área superior a 23 milhões de hectares. O mercado de inseticidas para a cultura da soja no País gira em torno de US$112,70 milhões.
Atualmente, são utilizados mais de 4,5 milhões de litros de inseticidas químicos por safra para o controle de percevejos-praga, ao custo aproximado de R$ 20,00 por hectare.
Por isso, investir em tecnologias de controle biológico de pragas da soja é uma prioridade para o Brasil hoje, explica o pesquisador da Embrapa Miguel Borges.