Na época, as dívidas do frigorífico chegavam a R$ 4 bilhões. Na tentativa de recuperar o dinheiro investido na empresa, o BNDES recorreu à Câmara Arbitral do Mercado de Capitais da Bovespa, tentando obrigar os controladores do Independência a fazer uma recompra das ações do frigorífico em poder do banco, mas foi derrotado na ação.
– É de conhecimento público que o banco de fomento federal tem adotado uma política de alto risco, concedendo empréstimos, participações e aportes financeiros a grandes conglomerados econômicos em conhecidas dificuldades financeiras – afirmam os deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Ronaldo Caiado (DEM-GO), no requerimento da audiência.
Durante a audiência, o diretor do BNDES disse que o banco federal tinha indicadores positivos para realizar o investimento, mas reconheceu que “nenhum agente bancário procederia a aprovação de um crédito desse montante se tivesse conhecimento de problemas e que o mercado foi pego de surpresa”.
– É um caso muito inusitado em que fizemos uma série de questionamentos que não foram respondidos a contento – afirmou Ramundo, que administra as áreas industrial, de capital empreendedor e mercado de capitais do banco.
Para o deputado Reinhold Stephanes (PSD-PR), chama a atenção a contabilidade que não exprimia com clareza a situação do frigorífico.
– A instituição se baseou em informações erradas. Mas não conseguimos esclarecer e chegar ao que queremos, se um lado busca se justificar e, do lado político, um ataca e outro defende – disse.
Em janeiro de 2013, a JBS, dona do grupo Friboi e maior processadora de proteína animal do mundo, comprou os ativos do Frigorífico Independência. Em novembro de 2012, a maioria dos credores do frigorífico tinha aprovado a operação.