Este contrassenso logístico ocorre conforme a época do ano: a fábrica de rações Aurora, por exemplo, é abastecida pela safra local do cereal entre fevereiro e maio. Localizada em Cunha Porã (SC), a indústria vê os preços subirem de julho a setembro, quando o fornecimento é garantido por cargas que vêm do Centro-Oeste.
As condições precárias de estradas do trajeto em questão atrapalham o transporte, aumentando os perigos e o tempo das viagens – consequentemente, os gastos despendidos. Entrevistado pela equipe de reportagem do Canal Rural Na Estrada, o caminhoneiro Dionatan Schiavon explicou que fez o trajeto entre Dourados (MS) e Cunha Porã em aproximadamente dois dias. A distância de condução entre as duas cidades é de 719 quilômetros.
Neste cenário, o fornecedor de grãos que consegue tornar seu produto mais competitivo sai favorecido. É o caso descrito por José Antônio Dos Santo José Filho, gerente geral da Cooperativa Regional Agropecuária de Grãos (Coopergrãos), organização da região do Vale do Ivinhema (MS):
– Nós temos uma diferença de frete na faixa de 15% a 18% a menos, isso é a grande vantagem que temos, porque nosso município está na porta do Estado, saindo para São Paulo e Paraná. É uma logística favorável, pois estamos a 800/900 km de Santa Catarina.
Estas e outras questões da logística da ração são temas centrais do programa Canal Rural Na Estrada desta semana. É domingo, dia 20, às 8h, com reprise às 20h.