– Soltamos o cavalo aqui por volta das seis da tarde e logo em seguida ele deu uma volta no pasto apresentando sinais de cólica. Demos um remédio para ele. No dia seguinte, ele amanheceu um pouco mais alterado. Dois veterinários suspeitaram do pastejo nesse pasto, pasto do massai, fizeram os procedimentos necessários, mas não consegui salvar.
A médica veterinária Damiane Garcia já atendeu outros casos parecidos e informa que o animal vítima desse tipo de intoxicação pode morrer em no máximo dois dias:
– Essa cólica é como se fosse a comum, que acontece devido à alimentação. É bem aguda e deixa o animal com um timpanismo bem acentuado, com o abdômen bem distendido. Passando a sonda, o que gente vê é um conteúdo estomacal bem diferente, fazendo a referência de uma intoxicação.
Os primeiros casos de morte relacionadas ao consumo do massai foram notificados no ano de 2001. O problema é relatado em todos os Estados do Norte do país, onde predomina o bioma amazônico. Trabalhos conduzidos pela Universidade Federal do Pará apontam para mais de 30 mil mortes de cavalos, muares e asininos. Apesar de tantas ocorrências, ainda não há um diagnóstico determinando que o capim massai seja o culpado. Existe apenas um comunicado técnico da Embrapa orientando os criadores a evitar o pastejo desta variedade na época das chuvas. E é o que os pecuaristas têm feito.
Dona Carmen Carúcio, pecuarista no município de Peixe, também no sul do Tocantins, contou ter perdido um animal vítima de cólica, supostamente causada pelo capim massai quando a forrageira estava sementeando. Nesta fazenda, os cavalos só pastam no piquete de massai quando o capim está sem semente, para não haver risco de perder mais um animal.
Por enquanto existem apenas suposições para o motivo das cólicas. São três as hipóteses mais prováveis: presença de saponinas (agentes do metabolismo vegetal semelhantes a bactérias), alteração do tipo de carboidratos e presença de fungos e bactérias no capim.
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