• Setor terá de investir R$ 50 bilhões para atender à demanda de etanol
– Nós deixamos de vender ao mercado americano, mas outros mercados estão sendo ocupados pelo etanol americano neste momento. Mercados tradicionais do Brasil, as nossas exportações foram reduzidas para os Estados Unidos e para estes outros mercados – diz Tarcilo Rodrigues, analista de mercado.
A queda das exportações de etanol vem sendo compensada pelo aumento das vendas no mercado interno, que cresceram 12% nos seis primeiros meses do ano. O aumento de consumo acontece tanto para o etanol anidro, quanto para o hidratado. A oferta do combustível é maior, por enquanto, porque a moagem de cana este ano está superior na comparação com o mesmo período de 2013. O acumulado até junho é cerca de 10% maior, com mais de 200 milhões de toneladas de cana.
– Dá a impressão ao mercado, que nós temos mais cana este ano, o que não é verdade. No ano passado, nós produzimos 595 milhões de toneladas no Centro-Sul. Este ano, a gente deve chegar em 560, e algumas empresas, inclusive, trabalham com o número de 550 milhões – afirma Arnaldo Luiz Corrêa, gestor de riscos de commodities agrícolas.
Por causa da seca, a colheita da cana está acelerada, mas a estiagem diminuiu a produção dos canaviais e os preços do etanol caíram com o aumento de oferta dos últimos meses.
– Os preços estabilizam agora, talvez mais 30 dias estáveis e comece uma ligeira subida para ir ajustando os estoques disponíveis, até que se encontre a próxima safra – projeta Rodrigues.
Mesmo com aumento de preços, os especialistas criticam o controle do valor da gasolina que limita os ganhos do etanol. O setor sucroenergético enfrenta crise com o fechamento de usinas e o alto endividamento das empresas que tentam se manter.
– O setor deve hoje quase 60 bilhões de reais, é uma dívida enorme. Muito em função da promessa de expansão – pontua Corrêa.