De janeiro a junho de 2014, ocorreram 28 roubos em propriedades rurais do município, uma média de cinco casos por mês. De acordo com os dados do comando da 5ª Região da Polícia Militar do município, no mesmo período de 2013, foram 18 ocorrências. O produtor Vinicius José Rios Rodrigues teve a propriedade roubada duas vezes neste ano. Ele conta que a primeira foi em março, quando os ladrões levaram diversos equipamentos de irrigação A mais recente foi há 15 dias, quando dois homens armados renderam os caseiros e roubaram eletroeletrônicos das residências e máquinas.
– Chegaram a pé na propriedade, renderam dois casais com duas crianças. Eles estavam encapuzados e com luvas. Um deles levou um caseiro para os locais onde foram roubados os objetos. O prejuízo material deve ser de mais de R$ 30 mil, mas o prejuízo moral é difícil contabilizar. Psicologicamente, estamos afetados e com uma sensação de terror no campo – relata Rodrigues.
Para tentar diminuir o risco com os assaltos, o produtor resolveu instalar cercas elétricas e câmeras de monitoramento.
– Estamos fazendo investimentos, colocamos cercas elétricas para cercar o perímetro. As cercas serão ligadas a uma central de monitoramento. O valor do investimento deve ficar entre R$ 25 mil a R$ 30 mil – conta Rodrigues.
A zona rural do município têm duas mil propriedades e seis mil quilômetros de estradas, o que dificulta uma ação mais rápida da Polícia Militar. Um produtor que não quis se identificar, conta que, além das câmeras, está implantando um serviço de controle remoto, que emite sinal de alerta. As propriedades vizinhas, que também possuem o mesmo equipamento, recebem o aviso e podem pedir ajuda. A central da empresa, que presta o serviço, também recebe a informação.
– Os equipamentos, em conjunto, trazem mais segurança para as pessoas que moram na fazenda. Com a fazendo protegida, trabalhamos com mais tranquilidade – diz o produtor.
– O equipamento usa celular com sinal muito baixo, que utiliza comunicação, e mesmo com sinal baixo, aciona o controle remoto e 15 pessoas escolhidas vão receber o sinal. A Polícia Militar também receberá o sinal – explica o diretor de produto da empresa, Wladimir Fernandes de Rezende.
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Em 90 dias, o Sindicato de Produtores Rurais de Uberaba vai cadastrar as propriedades que queiram aderir ao projeto. Os produtores que são sócios terão um custo de R$ 699 para comprar o equipamento. Já o valor da mensalidade será de R$ 169.
– O trabalho do sindicato é organizar os produtores para que eles tenham acesso à tecnologia e, quem sabe, ter uma política pública em nível de Brasil. A gente vai cadastrar as fazendas e separar por grupos, vamos dar treinamento sobre situações de risco, explicar sobre o monitoramento – salienta o presidente do sindicato, Romeu Borges de Araújo Júnior.
Em breve, o sistema eletrônico da fazenda protegida também será direcionado para o centro de operações da Polícia Militar. O serviço deve tornar o atendimento das ocorrências da zona rural mais rápido e eficiente.
– Nós estamos proporcionando medidas de segurança, existirá mais interação entre as fazendas. Hoje, as propriedades já são georreferenciadas e, via rádio, vão acionar os recursos da Polícia Militar. São possibilidades para promover mais segurança e acionar a polícia de forma mais rápida – conclui o comandante da 5ª Região da Polícia Militar de Uberaba, Coronel Laércio dos Reis Gomes.
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