• Abiove e Monsanto continuam impasse sobre uso da Intacta RR2
A multinacional está exigindo que, ao receberem a soja, as tradings, os cerealistas e as cooperativas façam um teste para saber se o grão é Intacta RR2 e cobrem do produtor o diferencial para que ele seja repassado à empresa. A Abiove é contra e afirma que não tem envolvimento neste processo. Durante o 9º Circuito Aprosoja, o presidente da entidade em Mato Grosso, Ricardo Tomczyk, afirmou que espera que o imbróglio seja resolvido antes do início do plantio da safra.
– Este impasse entre Abiove e Monsanto, aparentemente por direito e propriedade intelectual, nos traz grande preocupação. Nós estamos em fase final do planejamento e início dos trabalhos para o plantio. A nossa posição é que isso tem que evoluir o rapidamente, pois não podemos ficar nessa indefinição – argumenta Tomczyk.
Em Mato Grosso, os produtores estão apostando na nova semente transgênica da multinacional. Na safra passada, o produtor Marcos da Rosa teve que fazer uma série de aplicações extras de defensivos para combater pragas. Para fugir deste problema, o sojicultor comprou a Intacta RR2 e deve cultivá-la em, pelo menos, metade dos 700 hectares da propriedade dele.
– Esta situação me deixa muito frustrado, porque nós não mandamos nesse jogo. Se o agricultor tivesse condições de plantar hoje, nós não teríamos onde entregar a nossa produção. Isso é grave. A nossa produção é o resultado do suor de um trabalho feito durante toda uma safra. Nós estamos totalmente no escuro – reclama o produtor rural.
Marcos da Rosa não é o único sojicultor preocupado com a situação. O impasse gera insegurança na maioria dos agricultores que vão utilizar a semana na próxima safra da oleaginosa.
– Eu acho que o produtor está sendo vítima. Essa solução tem que vir logo, eu acho que o problema ainda está pequeno, mas pode se tornar grande. A Monsanto pode cair em descrédito com o agricultor. Quem comprou essa semente vai ter que plantar, ele já pagou por tudo isso. Depois que lançamos a semente na terra, não tem mais volta. Nós pagamos essa tecnologia à vista, inclusive nós pagamos antes de plantar. A partir do momento em que pagamos os royalties para a empresa, ela deve tomar as devidas providências. Ela não pode deixar o produtor a ver navios – cobra o sojicultor Cezar Luiz Frederichi.
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