Produtores de MT cobram definição do impasse entre Abiove e Monsanto sobre a Intacta RR2

O presidente da Aprosoja-MT, Ricardo Tomczyk, pede a solução do imbróglio antes do início do plantioA indecisão entre a Monsanto e a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) sobre o uso da soja Intacta RR2 deixou os produtores em alerta. Em Mato Grosso, grande parte dos sojicultores já comprou a semente transgênica de segunda geração e estão preocupados com o futuro. A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) cobra agilidade na solução do problema.

• Abiove e Monsanto continuam impasse sobre uso da Intacta RR2

A multinacional está exigindo que, ao receberem a soja, as tradings, os cerealistas e as cooperativas façam um teste para saber se o grão é Intacta RR2 e cobrem do produtor o diferencial para que ele seja repassado à empresa. A Abiove é contra e afirma que não tem envolvimento neste processo. Durante o 9º Circuito Aprosoja, o presidente da entidade em Mato Grosso, Ricardo Tomczyk, afirmou que espera que o imbróglio seja resolvido antes do início do plantio da safra.

– Este impasse entre Abiove e Monsanto, aparentemente por direito e propriedade intelectual, nos traz grande preocupação. Nós estamos em fase final do planejamento e início dos trabalhos para o plantio. A nossa posição é que isso tem que evoluir o rapidamente, pois não podemos ficar nessa indefinição – argumenta Tomczyk.

Em Mato Grosso, os produtores estão apostando na nova semente transgênica da multinacional. Na safra passada, o produtor Marcos da Rosa teve que fazer uma série de aplicações extras de defensivos para combater pragas. Para fugir deste problema, o sojicultor comprou a Intacta RR2 e deve cultivá-la em, pelo menos, metade dos 700 hectares da propriedade dele.

– Esta situação me deixa muito frustrado, porque nós não mandamos nesse jogo. Se o agricultor tivesse condições de plantar hoje, nós não teríamos onde entregar a nossa produção. Isso é grave. A nossa produção é o resultado do suor de um trabalho feito durante toda uma safra. Nós estamos totalmente no escuro – reclama o produtor rural.

Marcos da Rosa não é o único sojicultor preocupado com a situação. O impasse gera insegurança na maioria dos agricultores que vão utilizar a semana na próxima safra da oleaginosa.

– Eu acho que o produtor está sendo vítima. Essa solução tem que vir logo, eu acho que o problema ainda está pequeno, mas pode se tornar grande. A Monsanto pode cair em descrédito com o agricultor. Quem comprou essa semente vai ter que plantar, ele já pagou por tudo isso. Depois que lançamos a semente na terra, não tem mais volta. Nós pagamos essa tecnologia à vista, inclusive nós pagamos antes de plantar. A partir do momento em que pagamos os royalties para a empresa, ela deve tomar as devidas providências. Ela não pode deixar o produtor a ver navios – cobra o sojicultor Cezar Luiz Frederichi.

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