O pecuarista Marcelo Rezende Queiroz é engenheiro metalúrgico, mas sempre teve interesse pela pecuária. Passou anos estudando o custo-benefício das principais raças zebuínas e taurinas disponíveis no Brasil e optou pelo gir leiteiro há dez anos. Na época, não tinha dinheiro para montar um criatório de alta qualidade genética como desejava. Marcelo comprou então algumas novilhas comuns da raça para juntar dinheiro.
? Em função da multiplicação dos 13 animais eu consegui em 2004 comprar um embrião ? disse Queiroz.
O primeiro embrião adquirido por Marcelo custou R$ 8 mil, mas ele não vende por menos de R$ 300 mil. Dalila tem cinco anos e é a estrela do plantel do pecuarista que atualmente conta com 120 animais.
O investimento já rendeu bons frutos. Um deles é Frida, uma novilha de 30 meses. As duas participam pela primeira vez da Expozebu e vão disputar o concurso leiteiro e os julgamentos de pista da exposição.
? Estar presente na Expozebu é como participar de uma copa do mundo do gir leiteiro ? completou o pecuarista.
Assim como Marcelo, outros criadores vêm apostando na raça. O interesse pelo gir leiteiro vem crescendo muito nos últimos anos. O Brasil é o país com a melhor genética da raça, desde 1930 vem investindo na seleção. De acordo com a Associação Brasileira de Inseminação Artificial, a venda de sêmen de gir leiteiro aumentou 20% em 2008, em comparação com 2007. Foi o maior resultado entre as raças zebuínas.
O crescimento que pode ser observado nas exposições brasileiras. O gir leiteiro é a segunda raça em número de animais na Expozebu. São 711 exemplares contra 280 do ano passado: um aumento de 153%.
Além de produzir uma grande quantidade de leite, o gir leitero é mais resistente. Não existe um cálculo exato de quanto é possível economizar com a produção, mas há quem garanta que criar esta raça tem vantagens.
O presidente da Associação Brasileira de gir leiteiro, Sílvio Queiroz Pinheiro, trata-se de uma raça mais produtiva, que come menos e tem menos problemas com parasitas.
O gerente da Central de Inseminação, Guilherme Marquez, explicou que atualmente a realidade do Brasil é produzir a custo baixo e o produtor busca isto. O preço do leite é estipulado, então nos temos que melhorar o custo dentro da propriedade.
A genética do gir leiteiro, aperfeiçoada no Brasil também tem atraído os estrangeiros.
? Tem uma exportação muito grande porque os países da América Latina que possuem o mesmo clima do Brasil precisam de uma raça de genética tropical ? explicou o gerente.
Marcelo, que passou anos em busca de uma raça para criar, não se arrepende.
? O leite ajuda a pagar as despesas do sítio. O retorno vem da venda de embriões, machos e matrizes ? completou Marquez.