Experimentos melhoram qualidade de rebanho na Bahia

Novas técnicas de manejo resultam em ganho para produtores de Juazeiro, norte do EstadoCom o objetivo de organizar o sistema de produção de caprinos e ovinos na região da Fazenda Icó, localizada no município de Juazeiro (BA), técnicos da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), Embrapa Semi-Árido e Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) estão disseminando novas técnicas de manejo produtivo e reprodutivo.

O veterinário e professor do curso de Agronomia da Uneb, Pedro Humberto Félix, explica que esse trabalho vai contribuir para a organização da produção, além de levar aos produtores da região conhecimento de novas técnicas para melhorar os animais e inserir o produto no mercado competitivo.

? Estamos desenvolvendo e disseminando técnicas, a exemplo da estação de monta, que é o controle da reprodução, e que pode ser aplicada perfeitamente. Pretendemos não só proporcionar uma dinâmica no ciclo de produção da fazenda, que é modelo para a região, como também detectar qual o grupamento genético de caprinos e ovinos que vai apresentar melhores resultados em termo de desenvolvimento produtivo e econômico para as condições ambientais da região ? explicou o veterinário.

A estação de monta utilizada na Fazenda Icó foi realizada entre novembro do ano passado e janeiro deste ano, com aproximadamente 100 animais entre e ovinos. A estação de parição iniciou no dia 14 de abril com o nascimento duplo de crias meio-sangue da raça Boer. De acordo com os técnicos, resultados positivos já podem ser observados com o primeiro nascimento, como o peso das crias, com três quilos cada animal.

Outra diferença com a implantação da estação de monta é a possibilidade de realizar três partos a cada dois anos, podendo assim maximizar o potencial reprodutivo das espécies envolvidas, que normalmente apresentam em condições semi-áridas índice de um parto ao ano. Os técnicos explicam ainda que a base da organização de um sistema para produção de carne e pele está na adoção de épocas de acasalamento bem definidas ao longo do ano.

De acordo com o agrônomo e técnico da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (Ebda), José Hugo Borges, a finalidade é conciliar o período reprodutivo dos animais com o período alimentar da Caatinga.

? O mais aconselhável na nossa região é preparar a monta para compatibilizar a parição em meses chuvosos na região, que é quando a caatinga apresenta uma melhor disponibilidade qualitativa e quantitativa de alimentos, favorecendo assim as fases fisiológicas de final de prenhez e início de parição, repercutindo positivamente no rápido ganho de peso das crias e antecipação da idade de abate ? explica José Hugo.

Ele acrescentou que a outra vantagem é a concentração dos nascimentos, possibilitando a formação de grupos de animais homogêneos para comercialização.