– O objetivo do Circuito Universitário é nos aproximarmos dos estudantes, para entendermos exatamente o que eles pensam. Nós temos interesse em influenciar estes estudantes nas decisões sobre caminhos a tomar. Precisamos de mão de obra capacitada e qualificada para atender ao produtor rural – explica o coordenador de Política Agrícola da Aprosoja, Adolfo Petry.
Petry reforça que o agronegócio representa 74% do PIB de Mato Grosso hoje, um crescimento que não foi acompanhado pela oferta de profissionais qualificados.
– Nós temos uma carência enorme porque o crescimento é muito grande nesse momento e a demanda de mão de obra qualificada é enorme. Máquinas têm implementado mais tecnologia, estamos trabalhando com GPS, com agricultura de precisão, com taxas variáveis e hoje existe uma necessidade enorme de capacitação dos profissionais que trabalham no setor rural, que entendam e operem essas máquinas – completa Petry.
Reprodução/Canal Rural
O Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), em Campo Novo do Parecis, recebeu a expedição nesta quarta, dia 10. O ginásio de esportes se transformou em uma sala de aula gigante, com mais de 300 estudantes entre 14 e 24 anos acompanhando atentos à palestra sobre o agronegócio. Uma iniciativa que agradou até mesmo quem acabou de se formar.
– É uma iniciativa muito boa para os alunos, faz eles se aperfeiçoarem mais na área agrícola e obterem mais conhecimentos técnicos. Para quem é filho de produtor, isso ajuda a permanecer nas suas propriedades ajudando os seus familiares ou até mesmo trabalhando em empresas do ramo da agricultura – avalia o engenheiro agrônomo André Ricardo Rodrigues.
O consultor de agronegócio Eduardo Godoy é produtor rural, formado em agronomia e presta serviços como consultor. Ele é um dos palestrantes que tenta passar um pouco da sua experiência para estimular os jovens a ingressarem nesse mercado.
– Há oportunidades até para quem não é do agro, como na área de telecomunicações e de gestão de tecnologia da informação, por exemplo. O agronegócio gera oportunidades para todos, não só para quem está ligado às agrárias – explica Godoy.
Para Ana Regina Bresolin, professora do IFMT, iniciativas como o Circuito Universitário são importantes para os estudantes perceberam a gama de oportunidades que o campo oferece para quem quer se especializar.
– Essas iniciativas trazem uma visão mais completa do que é a realidade e a pujança do agronegócio brasileiro. Nós temos muitos filhos de produtores rurais que conhecem, sabem como desenvolve a propriedade rural e as demanda que ela tem, mas ao mesmo temos muitos dos nossos alunos que ainda estão entrando nesse meio, descobrindo o que a propriedade rural tem de potencial e de oportunidades. O nosso papel enquanto Instituto é justamente trazer essas inovações – aponta a professora.
O estudante Murilo Câmara de Oliveira, que cursa o quarto ano agronomia, diz que as informações apresentadas no evento comprovam que fez a escolha certa.
– O agronegócio engloba diversas áreas, como administração, economia. Tem área para todo mundo aí. Eu visitei a Sociedade Rural em São Paulo neste mês e vi que há necessidade de líderes nessa área, lideranças de Estado ou até mesmo do Brasil.