O índice pluviométrico de dezembro a março deste ano, período onde ocorre a formação dos grãos, foi 50% inferior em comparação com a média histórica. A falta de chuvas e as altas temperaturas prejudicaram a produção e 2014 e devem ter consequências também na próxima temporada.
O levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta semana, mostra uma redução de 8,16% na safra 2014. Foram colhidas quatro mil sacas a menos do que no ano passado.
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– A cultura do café teve seu ciclo encurtado, houve uma deficiência hídrica muito acentuada, que fez com que as taxas de fotossíntese caíssem e com isso não houve carboidratos produzidos pela planta para alocar nos grãos, ou seja, os grãos ficaram “xoxos” e, além disso, tivemos problemas no crescimento dos ramos que irão gerar as gemas floríferas para próxima safra – explica o professor de Agrometeorologia da Esalq, da Universidade de São Paulo, Paulo Sentelhas.
Para viabilizar os custos da atividade, os produtores terão de mecanizar a colheita das lavouras, principalmente em regiões montanhosas, com declividade entre 17° e 33°.
– Em Minas Gerais, nós temos a região do Cerrado Mineiro, nós temos na Bahia, Luis Eduardo Magalhães e outras regiões que possuem um custo menos elevado, justamente para você utilizar em todo o processo produtivo, a mecanização. Seja nos tratos culturais ou na colheita, que é aonde você despende mais de 40% do seu custo total de produção – calcula Breno Mesquita, diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais.
A mecanização no campo diminui os custos da produção, aumenta a área cultivada e favorece a obtenção de grãos com melhor qualidade. Conforme Mesquita, hoje, a mecanização independe da topografia da área.
– Ela veio para ficar. No primeiro momento, realmente, você ganha em competitividade, baixa o custo de produção e torna a atividade mais viável economicamente.
Redução de danos
Para prevenir as possíveis perdas na safra do próximo ano, uma das estratégias utilizadas pelos produtores pode ser a compra de seguros na bolsa.
– Para setembro do próximo ano, existe esse seguro para o produtor garantir o preço de US$ 230 para um café 6/7 no próximo ano, hoje ele estaria pagando US$ 5 para garantir esse seguro. Com isso, o produtor fica protegido, uma parte da produção ele sabe que vai conseguir vender bem – oferece a superintendente de Produtos e Commodities da BM&F Bovespa, Fabiana Salgueiro Perobelli.
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