Triticultores gaúchos entregam carta de reivindicações ao ministro Neri Geller

Documento foi entregue durante abertura oficial da colheita em Cruz Alta neste sábado, dia 27Os triticultores gaúchos entregaram uma carta de reivindicações ao ministro da Agricultura Neri Geller durante a abertura oficial da colheita do trigo na manhã deste sábado, dia 27, em Cruz Alta (RS), durante a XI Fenatrigo. O principal pedido dos produtores é a revisão do preço mínimo do cereal para a próxima safra.

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– Os preços estão muito baixos e o ministro sabe disso. O governo precisa revisar os custos de produção do trigo, que estão muito altos. Com ess revisão dos custos será possível revisar o preço mínimo a partir do ano que vem – disse o presidente da Comissão do Trigo da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Hamilton Jardim, completando que o ministro se comprometeu com o setor durante o evento.

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A maior preocupação dos produtores no momento é com o preço, segundo o presidente da feira, Airton Carlos Becker. O preço do cereal tem apresentado tendência baixista desde que o governo concedeu isenção da TEC (Tarifa Externa Comum) para a importação entre julho e agosto.

A medida contribuiu para o abastecimento dos moinhos brasileiros com trigo importado e pressionou o preço do grão brasileiro para baixo. Agora, com a entrada da safra e o consequente aumento da oferta doméstica, a perspectiva é de manutenção da tendência de baixa.

– O trigo é uma boa opção de inverno. No ano passado o Rio Grande do Sul teve a maior área plantada no Estado, com 30 mil hectares. Não queremos ver a área de trigo diminuir de novo aqui – aponta Becker.

Veja toda a entrevista com Airton Carlos Becker

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De acordo com o presidente da Fenatrigo, as políticas para o setor precisam ser melhor definidas e mais consistentes, de modo a dar segurança ao produtor, tanto para o preço mínimo com relação à TEC e aos mecanismos de aquisição do governo federal.

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Boa notícia

A boa notícia ficou por conta dos anúncios de melhoria na infraestrutura de armazenagem e escoamento da produção. O diretor-superintendente do Grupo CCGL, que administra os terminais portuários Termasa e Tergrasa, Guillermo Dawson Jr., disse que em outubro deve ser entregue um armazém com capacidade para 150 mil toneladas de grãos no terminal.

– O Porto de Rio Grande está preparado para receber o trigo, que chega num momento importante, após a safra de soja.

De acordo com Dawson Jr., o novo armazém aumenta em 50% a capacidade de estocagem dos grãos no completo portuário de Rio Grande.

Veja toda a entrevista com Guillermo Dawson Jr.

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A safra

O Rio Grande do Sul é segundo maior produtor de trigo no Brasil. Nesta safra deverá colher três milhões de toneladas. O Paraná, principal produtor, deve colher 3,9 milhões. A safra brasileira deste ano deverá atingir 7,5 milhões de toneladas com crescimento de 35,7%.

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