Segundo Paludo, existe dificuldade de planejamento de longo prazo, mas a proposta do novo plano de safra, plurianual, é de definição de linhas de crédito, comercialização, custeio e investimentos. Segundo ele, o plano teria metas definidas para recursos e custos.
O secretário disse, ainda, que o crédito oficial, apesar de ter crescido para R$ 156 bilhões neste ano, acaba não contemplando totalmente a classe média rural. Segundo ele, o governo trabalha para que esse produtor se financie por meio de títulos de agronegócio, a taxas mais baixas do que o crédito livre no banco.
Ainda no processo de inserção do produtor no mercado financeiro, Paludo afirmou que o ministério analisa mecanismos para que o produtor opere no mercado de opções como forma de garantia de renda. Ele explicou que existe um estudo dentro da pasta para que o ministério subsidie o custo de compra do contrato.
Sobre o modelo de seguro rural atual, ele afirma que mais do que o aumento de recursos, a Agricultura discute um redesenho das apólices de seguro oferecidas.
– Precisamos trabalhar em níveis de cobertura mínima – disse.
Paludo exemplificou que o Estado do Paraná, por exemplo, precisaria de cobertura de 37 sacas/hectare, que seria o equivalente ao custo.
– Precisamos expandir o seguro. Se nessa safra ele vai cobrir 80 mil produtores e 12 milhões de hectares, precisamos, sim, chegar a 80% a 90% – completou.
Agroquímicos
O secretário afirmou que o governo estuda um novo marco regulatório para agroquímicos, e afirmou que o texto terá regras mais claras, com o objetivo de reduzir custos de produção no Brasil.
– A legislação é complexa e confusa, trazendo mais burocracia para o processo. Vamos desburocratizar o registro de novas moléculas – disse.
Faesp reclama falta de política agrícola adequada
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Fábio Meirelles, afirmou que a agropecuária não conta com “real e adequada política agrícola”.
Meirelles lembrou, ainda, que o período eleitoral é importante para a reafirmação da democracia e que é preciso pensar “no aprimoramento das políticas públicas destinadas ao agronegócio”. O presidente da Faesp cobrou a eliminação de entraves ao desenvolvimento do setor sucroenergético.
– O setor sucroenergético padece por políticas inconsistentes – disse.
Ele ressaltou a necessidade de garantia de renda ao produtor, como forma de manter a estabilidade em toda a cadeia produtiva ligada ao agronegócio. A infraestrutura, segundo Meirelles, precisa de um plano de longo prazo e a fragilidade está limitando a capacidade de expansão do setor. Meirelles ponderou que o setor ainda não alcançou o potencial máximo de produtividade em áreas já abertas.
– Ainda temos condições de avançar para alcançar novas produtividades, mas precisamos de políticas reais (para o setor) – completou.