Governo pretende fixar plano de safra para quatro anos

Secretário de Política Agrícola, Seneri Paludo, afirmou dificuldade de planejamento de longo prazoO secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura (Mapa), Seneri Paludo, afirmou nesta segunda, dia 29, que, em um eventual segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, o governo deverá tirar do papel o plano de safra plurianual, de pelo menos quatro anos.

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Segundo Paludo, existe dificuldade de planejamento de longo prazo, mas a proposta do novo plano de safra, plurianual, é de definição de linhas de crédito, comercialização, custeio e investimentos. Segundo ele, o plano teria metas definidas para recursos e custos.

O secretário disse, ainda, que o crédito oficial, apesar de ter crescido para R$ 156 bilhões neste ano, acaba não contemplando totalmente a classe média rural. Segundo ele, o governo trabalha para que esse produtor se financie por meio de títulos de agronegócio, a taxas mais baixas do que o crédito livre no banco.

Ainda no processo de inserção do produtor no mercado financeiro, Paludo afirmou que o ministério analisa mecanismos para que o produtor opere no mercado de opções como forma de garantia de renda. Ele explicou que existe um estudo dentro da pasta para que o ministério subsidie o custo de compra do contrato.

Sobre o modelo de seguro rural atual, ele afirma que mais do que o aumento de recursos, a Agricultura discute um redesenho das apólices de seguro oferecidas.

– Precisamos trabalhar em níveis de cobertura mínima – disse.

Paludo exemplificou que o Estado do Paraná, por exemplo, precisaria de cobertura de 37 sacas/hectare, que seria o equivalente ao custo.

– Precisamos expandir o seguro. Se nessa safra ele vai cobrir 80 mil produtores e 12 milhões de hectares, precisamos, sim, chegar a 80% a 90% – completou.

Agroquímicos

O secretário afirmou que o governo estuda um novo marco regulatório para agroquímicos, e afirmou que o texto terá regras mais claras, com o objetivo de reduzir custos de produção no Brasil.

– A legislação é complexa e confusa, trazendo mais burocracia para o processo. Vamos desburocratizar o registro de novas moléculas – disse.

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Faesp reclama falta de política agrícola adequada

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Fábio Meirelles, afirmou que a agropecuária não conta com “real e adequada política agrícola”.

Meirelles lembrou, ainda, que o período eleitoral é importante para a reafirmação da democracia e que é preciso pensar “no aprimoramento das políticas públicas destinadas ao agronegócio”. O presidente da Faesp cobrou a eliminação de entraves ao desenvolvimento do setor sucroenergético.

– O setor sucroenergético padece por políticas inconsistentes – disse.

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Ele ressaltou a necessidade de garantia de renda ao produtor, como forma de manter a estabilidade em toda a cadeia produtiva ligada ao agronegócio. A infraestrutura, segundo Meirelles, precisa de um plano de longo prazo e a fragilidade está limitando a capacidade de expansão do setor. Meirelles ponderou que o setor ainda não alcançou o potencial máximo de produtividade em áreas já abertas.

– Ainda temos condições de avançar para alcançar novas produtividades, mas precisamos de políticas reais (para o setor) – completou.

Agência Estado