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Na lavoura de Leonardo Matsui, em Planaltina, no Distrito Federal, a produção deve ser menor do que o esperado.
– A estimativa era colher 100 por hectare, a gente está colhendo uns 15% a menos devido às perdas da brusone. Esse ano, foi bem forte a pressão da doença – relata o produtor.
De acordo com Matsui, a presença da brusone na região não é novidade. Ele garante que segue o manejo recomendado, mas que a cada ano a doença está mais resistente.
– Todo ano a gente tem problema com a brusone, essa doença já vem atacando há mais de cinco anos e a gente faz os controles químicos que os agrônomos recomendam, mas a incidência esta muito forte na região – reclama.
A brusone é um tipo de fungo, que começa a atacar 30 dias depois que o trigo é plantado no Centro-Oeste. A disseminação da doença é rápida e se não for controlada com defensivos químicos pode comprometer toda a lavoura.
– A disseminação ocorre pelo vento, então, na verdade, não existe barreira contra. O próprio vento dissemina e, devido a isso, a incidência é alta nas lavouras, podendo levar a perdas bem fortes em termos econômicos. A doença não deixa o grão encher completamente ou aborta, então, você vai ter grãos xoxos ou sem peso – explica o professor de Agronomia da Universidade de Brasília, Marcelo Fagioli.
No Distrito Federal, o clima quente aliado à irrigação favorece o aumento do fungo e dificulta o combate à praga na cultura do trigo. O agrônomo explica que, para minimizar os danos, é necessário fazer um trabalho preventivo, já que o mercado ainda não dispõe de variedades resistentes à brusone.
– Temos alguns materiais parcialmente resistentes, então, acaba nos sobrando a condição de fazer um controle preventivo, à base de fungicida dos grupos químicos triasol, e estrobirulinas. O momento ideal seria assim que ocorre o espigamento, o início do enchimento de grãos é o ponto importante de fazer. Caso ocorra em vizinhos, ou até na região, o ideal é fazer antes preventivamente – orienta Fagioli.