Aumento da oferta e demanda lenta pressionam os preços do leite no mercado internacional

Cenário deverá permanecer em médio prazo, com a retomada do aumento da produção nos principais países produtoresNo dia 1º de outubro foi realizado o leilão número 125 pela plataforma Global Dairy Trade (GDT), que terminou com o leite em pó cotado em US$ 2.443,00 por tonelada, em média. O GDT é o principal indicador para cotações de lácteos no mercado internacional.

• Acusados de adulterar leite são presos no Sul do país

Na comparação com o último leilão, realizado em 16 de setembro, quando o preço obtido pela tonelada do leite em pó foi de US$ 2.692,00, a queda é de 9,2% neste intervalo. Em relação ao mesmo período de 2013, a queda é de 53,1%. A cotação na época chegou a US$ 5.208,00.

Esse cenário deverá permanecer em médio e longo prazos, com a retomada do aumento da produção nos principais países produtores, principalmente Nova Zelândia e União Europeia, e em função da demanda lenta por derivados de leite.

De acordo com a Associação de Laticínios da Nova Zelândia (DCANZ), o país produziu 8,35 bilhões de litros de leite no primeiro semestre. Um aumento de produção de 16,3% em relação ao mesmo período de 2013, quando a produção chegou a 7,18 bilhões de litros.

Mercado russo

Apesar da queda nos preços internacionais do leite, motivadas pelo aumento da oferta mundial, a conquista de um novo mercado deverá contribuir para as exportações brasileiras de lácteos no segundo semestre. Após o embargo aos produtos lácteos dos Estados Unidos, União Europeia e Austrália, a Rússia avistou no mercado brasileiro uma oportunidade de suprir sua demanda interna.

Em 2013 os russos importaram 364 mil toneladas de queijo e 136 mil toneladas de manteiga. As altas frente a 2012 foram de 2,2% e 14,3%, respectivamente. Para o leite fluido, houve queda de 2,5% no volume importado para o mesmo período. A expectativa para este ano é que aumente as compras russas de manteiga e leite fluido em relação ao ano passado.

Até o momento, o Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia (ROSSELKHOZNADZOR), liberou as negociações com os laticínios Confepar, Tirolez, Brasil Foods (BRF), Polenghi e Itambé.

Esta possibilidade para o Brasil colabora para minimizar os riscos internos, aumentar a competitividade no mercado internacional e melhorar a balança comercial. Além de indicar a alta qualidade do produto nacional.