Clima desfavorável contribui para aumento do valor interno do milho

Produtores com estoque de milho se beneficiam da expectativa de atraso na safra e de redução da produtividadeO clima seco na maior parte do Brasil tem influenciado o movimento de alta nos preços do milho. Com exceção do Sul do país, o tempo desfavorável pode atrasar a temporada de verão e o cultivo de soja, o que, por sua vez, prejudicaria as atividades envolvendo o milho de segunda safra.

O clima também deve resultar em menor produtividade e, consequentemente, em recuo na produção. Nos portos, os preços têm subido influenciados pela alta externa e pela valorização do dólar, movimento que tem sido repassado ao interior do país.

Equipe do projeto Soja Brasil passa por Diamantino (MT):

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O Indicador ESALQ/BM&FBovespa para o milho, referente à região de Campinas (SP), subiu fortes 6,46% entre 20 e 27 de outubro, fechando a R$ 25,37/saca de 60 kg na segunda, dia 27. Se considerados os negócios também em Campinas, mas cujos prazos de pagamento são descontados pela taxa de desconto NPR, o preço médio à vista foi de R$ 24,89/sc de 60 kg na segunda, reação de 6,2%. Na parcial do mês (até o dia 27), as altas são de 15,2% e de 14,9%, respectivamente.

Relação reduzida

O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgou relatório semanal apontando que, na terceira semana de outubro, a relação entre o preço do frete do milho e o preço da saca do cereal em Mato Grosso apresentou o menor patamar desde o início desta safra, em julho. Ao analisar essa relação na mesma semana de 2013, percebe-se que neste ano as condições estão um pouco mais agradáveis também para o produtor.

Duas variáveis colaboram para este fato, a primeira são os preços do frete a patamares reduzidos para esta época do ano, R$ 220,00/t (Sorriso a Santos); e a segunda são as recuperações observadas na cotação do milho em Mato Grosso, que hoje vale R$ 2,65/sc a mais do que o apresentado em outubro de 2013.

A variável frete sofre efeitos de um processo mais ágil nos portos, a utilização de silos bolsas e a elevação e modernização da frota de caminhões no Estado. Já a variável preço vem se recuperando aos poucos, mesmo com preços baixos no mercado internacional.

Depois da realização de quatro leilões de Pepro neste ano, os preços do milho no mercado interno começaram a mostrar uma reação consistente em outubro, elevando-se 13,7% desde o início do mês, e aproximando a média estadual de R$ 13,45/sc. Em 2013, o preço do cereal alcançou este patamar somente em dezembro, após ocorrerem 10 leilões de Pepro no ano.

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