Os mercados estão atentos à reunião do Conselho de Administração da Petrobras, que pode anunciar ainda nesta terça, dia 4, o reajuste dos preços dos combustíveis. O setor sucroenergético tem expectativas quanto ao reajuste da gasolina e do diesel, pois o aumento nos preços da gasolina pode ajudar a resgatar a competitividade do etanol – que tem sido pressionada nos últimos anos por aumento de custos e queda nos preços.
O possível reajuste nos preços de gasolina e diesel deverá ter impacto pequeno na competitividade do etanol, mas gerará um componente extra de alta nos custos para produção do açúcar e do biocombustível. Essa é a análise do presidente da Associação Brasileira de Agronegócios e presidente da Canaplan, Caio Carvalho.
– Reajuste de 8% é aumento no preço do diesel é aumento de custo na veia. Já os 4% do etanol acaba sendo um número que tem certo impacto positivo para Petrobras, mas para o produtor o impacto é pequeno e não sabe o quanto disso vai chegar na bomba. Na bomba talvez não chegue nem a 3% para um setor que vem sem nenhuma margem – afirma Carvalho.
A margem do setor de açúcar e etanol está pressionada. O mercado de açúcar esteve vivendo um ciclo de preços mais baixos e o controle de preços da gasolina também afetou o setor de etanol. Na opinião do analista de mercado da Datagro é preciso mais do que reajuste no preço da gasolina para melhorar a situação do setor.
– Infelizmente ainda precisa gerar um ambiente para que o etanol participe de discussões de matriz energética aqui no Brasil. Não é só o preço da gasolina que vai fazer ter o incentivo que volte ao consumo de hidratado como em 2008 e 2009. Existe uma preocupação grande em relação ao controle desses custos. Preço de diesel impacta nos custos. De um lado aumenta a competitividade e de outro aumenta o custo em um setor que consome diesel de forma generalizada – aponta Nastari.