O pesquisador Juliano Almeida, que trabalha na Cooperativa Agrária, em Guarapuava, explica que os investimentos neste tipo de cereal começaram no ano 2000. A pesquisa também tem aumentado.
A região é uma das mais frias do Paraná, com formação de geada no inverno. A chuva é recorrente também. De forma geral, a condição é desfavorável à produção de trigo, mas para as variedades desenvolvidas no local, não. Cada vez mais, a pesquisa garante variedades tolerantes à geada e à chuva.
A diferença de produtividade do trigo destinado à indústria de panificação e o destinado á de biscoitos é de 10% a 15%. A cada ano, pelo menos uma nova variedade é lançada no mercado, diminuindo essa diferença. A alta demanda é outro fator que estimula a produção.
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de biscoitos e o consumo dos brasileiros quase dobrou nos últimos 10 anos: são mais de seis quilos por pessoa. O segmento de biscoitos e bolachas representa 50% do valor das exportações com derivados de trigo, gerando receitas que chegam a US$ 60 milhões por ano.
A cooperativa que concentra a produção e moagem no Centro-Sul do Paraná paga aos produtores 10% a mais no trigo soft do que o valor do trigo pão. Nesta semana, quando o trigo pão estava na casa dos R$ 515,00 a tonelada , produtores receberam R$ 566,00 pelo soft.