As variedades aceleram em 25% o processo de fermentação das usinas, reduzindo de oito para seis horas o tempo de produção.
– As taxas metabólicas indicam que 1 grama de sacarose gera cerca de 0,51 gramas de etanol. Hoje, nas usinas, esse processo tem um rendimento em torno de 90%. O que esperamos é que com essas leveduras, isso seja avaliado com melhor propriedade e haja um incremento nesse percentual de rendimento da produção – explica o professor da Universidade Federal de São Carlos Iran Malavazi.
As usinas brasileiras usam, ao todo, quatro leveduras, sendo duas mais importantes para a produção. As novas variedades suportam maiores concentrações de açúcar e etanol e são resistentes a temperaturas mais elevadas, o que ajuda a eliminar bactérias que prejudicam o processo produtivo.
– Elas têm a característica de crescer a 42°C, diferente da linhagem tradicional, que cresce a 30°C, e algumas também resistem a 15% de etanol final na dorna. Nós esperamos que, com isso, o processo seja mais eficiente. Uma característica importante é que essas linhagens, em comparação com as linhagens industriais, aparentam ser mais eficientes no processo de produção, mesmo em condições de 30°C – enfatiza o professor Universidade Federal de São Carlos Anderson Ferreira da Cunha.
As leveduras utilizadas na produção de etanol são as mesmas empregadas na fabricação de pão, cerveja e vinho. Através do processo fermentativo, elas utilizam o açúcar para obtenção de energia e geram um subproduto, que no processo industrial é o etanol.
– Para produção, algumas características são importantes, como por exemplo, a capacidade desse micro-organismos permanecerem dentro da dorna de fermentação durante o processo e de suportarem eventuais alterações de temperatura no processo, que acontecem, pois é um processo exotérmico, libera energia – pontua Malavazi.
Ao longo de cinco anos de pesquisa, foram mapeadas mais de 400 tipos de leveduras. Na próxima entressafra, os pesquisadores devem realizar testes em maiores escalas.
– Todos esses testes que nós temos são em escala de laboratório. Faremos um teste piloto ainda em laboratório, aumentando um pouco a escala, e a tendência é que no ano que vem façamos testes em usinas. A partir de 2016, se tudo der certo, esse processo pode estar empregado nas usinas que se interessarem – conclui Cunha.