Com plantio atrasado, Rio Grande do Sul prevê 8,5 milhões de toneladas de arroz

Estado é maior produtor nacional do grão, que deve ser plantado até 10 de dezembroNo Rio Grande do Sul, a Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz) estuda pedir a ampliação do calendário de plantio do arroz, em virtude do excesso de chuva nesta época do ano. 

A semeadura da cultura estava atrasada, mas conseguiu avançar. Na semana passada, o cenário era preocupante nas lavouras de arroz do Rio Grande Sul. Somente 55% da área total havia sido semeada. O excesso de chuvas atrasou bastante o plantio e fez a Federarroz estudar a proposta de pedir ao Ministério da Agricultura a ampliação do calendário de plantio no Estado. O Instituto Riograndense do Arroz (Irga) vê como uma boa alternativa para os produtores gaúchos.

– Na verdade, a preocupação que a Federarroz tinha é muito justa e é igual a nossa, de não deixar o agricultor desprotegido nas políticas de custeio, investimentos, e também na questão de seguro. Então, nós fomos verificar a Portaria número 55, que permite que se cultive as principais sementes de arroz de ciclo médio, elas tem o período recomendado até o dia 10 de dezembro – explica o diretor técnico do Irga, Rui Ragagnin.

Nos últimos dias, o clima ajudou e os produtores aceleraram o plantio. Mais de 71% da área foi semeada, um crescimento de 16% em uma semana.

– Como houve uma recuperação, o produtor tem demonstrado que tem uma grande capacidade de recuperação de plantio. Pelo seu parque de máquinas, nós acreditamos que desta semana para semana que vem vamos aumentar de 15% a 16% na área semeada do Estado – aposta Ragagnin.

O Rio Grande do Sul deve encerrar o plantio até início de dezembro. Mesmo com o atraso, 70% das lavouras foram semeadas no período adequado.

Segundo o Irga, é importante o produtor ficar atento, já que o potencial produtivo das cultivares de ciclo médio cai nessa fase final do calendário agrícola.

Diferente de muitos agricultores que estão preocupados com o potencial produtivo das cultivares, o produtor Luis Carlos Machado está mais tranquilo. Faz duas semanas que ele não planta arroz. Na semana passada, não conseguiu por causa do excesso de chuvas, já nesta, não plantou porque optou pela soja, 70% da lavoura já está semeada e ele garante que a produtividade dos 180 hectares não deve ser afetada. Na verdade, ele deve colher mais: nove mil quilos por hectare, 1200 Kg a mais que em 2013. Tudo graças ao sistema que adota na lavoura.

– A gente faz todo preparo antecipado no inverno, e nessa época a gente só entra com o plantio, as plantadeiras, tanto de soja como de arroz. O plantio é todo no seco, a gente prepara com água e retoma o plantio no seco. O solo não absorve tanto a umidade, ele escoa mais rápido, te dá uma janela para entrar com a plantadeira mais no cedo, então tudo isso nos ajuda bastante – ensina Machado.

Com a previsão de tempo firme para os próximos dias, o plantio de arroz no Estado deve seguir acelerado. O Rio Grande do Sul este ano vai ter uma área um pouco menor que a do ano passado.

– Se daqui pra frente as condições climáticas forem consideradas normais, que a gente acredita que vai ser, nós vamos ter uma boa safra. Quem sabe nos aproximando de 8,5 milhões de toneladas de arroz produzidos no Estado, sendo mais uma vez protagonista da maior safra, junto com o Estado de Santa Catarina – prevê o diretor do Irga.