Exportação de carne suína deve gerar receita 25% maior em 2014

Embarques devem concluir o ano em 505 mil toneladas, o que representa queda de 2,4% em relação a 2013A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) projetou nesta terça, dia 9, que as exportações brasileiras de carne suína devem terminar o ano com 505 mil toneladas embarcadas, queda de 2,4% na comparação com o registrado no ano passado. Apesar da retração em volume, a receita das vendas externas da proteína deve crescer 25%, alcançando US$ 1,7 bilhão. 

De janeiro a novembro, as exportações de carne suína já totalizam 455,82 mil toneladas e US$ 1,48 bilhão. A alta do faturamento neste ano, explica a ABPA, é resultado do aumento dos preços internacionais da carne suína. 

Nos 11 primeiros meses do ano, o preço da carne já acumula avanço de 24,1%. O vice-presidente de suínos da ABPA, Rui Vargas, destacou a queda na produção mundial da proteína, consequência de problemas sanitários em importantes países produtores neste ano. Já a estimativa para a produção brasileira de carne suína em 2014 é de crescimento de 1,25%, para 3,472 milhões de toneladas. 

Além da menor oferta, o aumento da demanda russa pela proteína brasileira também contribuiu para o aumento da receita das exportações. Depois do Japão, o mercado russo é hoje o segundo principal destino da carne suína produzida no Brasil.

2015

A ABPA espera um desempenho positivo das exportações de carne suína e de frango em 2015, a exemplo do que aconteceu em 2014. 

– Este foi um ano bom para o nosso setor no mercado externo. A desvalorização cambial ajudou a reforçar o faturamento em reais e os preços dos insumos (grãos) caíram – avaliou o presidente executivo da Associação.  

Para 2015, a expectativa da Associação é de que as vendas externas de carne de frango cresçam 3% a 4% em volume, enquanto as exportações de carne suína permaneçam relativamente estáveis na comparação com 2014. 

– A previsão para 2015 é de que este ano de 2014 se repita. Não sabemos ainda se a Rússia vai manter o mesmo ritmo de importações, mas apostamos na reabertura da África do Sul e no acesso a novos mercados – afirmou o vice-presidente de suínos da ABPA, Rui Vargas. 

Segundo Turra, ainda não é possível dimensionar qual deve ser o impacto da queda dos preços do petróleo na demanda de países como Rússia e Venezuela, importadores das carnes brasileiras. Os dois países foram o que mais aumentaram as compras do Brasil em 2014. 

Apesar da projeção de estabilidade para as exportações de suínos no próximo ano, a ABPA vê um potencial de crescimento de até 559 mil toneladas nos mercados internacionais. Para a carne de frango, a expansão possível das vendas externas estimada pela Associação – que considera o consumo potencial médio dos demais países – é de 4,839 milhões de toneladas, o que representa um avanço de 3% a 4% em volume. Diante das incertezas do mercado russo, a principal aposta é na crescente demanda do mercado chinês. 

– O principal vetor de crescimento será a China, além de uma expectativa de manutenção do mercado russo no segmento de frangos – disse o vice-presidente de aves, Ricardo Santin.

Segundo Turra, o Ministério da Agricultura já acordou com o governo chinês a habilitação de oito novas plantas brasileiras, sendo sete de aves e uma de suíno. 

Em relação ao mercado doméstico, a expectativa da ABPA para 2015 também é positiva. De acordo com Turra, diante de um cenário macroeconômico mais desafiador no próximo ano, a tendência é de que o consumidor brasileiro troque a carne bovina por outras proteínas, principalmente carne de frango. Para esta proteína de frango, a expectativa é de que o consumo per capita cresça perto de dois quilos, para 43 quilos per capita.