De janeiro a novembro, as exportações de carne suína já totalizam 455,82 mil toneladas e US$ 1,48 bilhão. A alta do faturamento neste ano, explica a ABPA, é resultado do aumento dos preços internacionais da carne suína.
Nos 11 primeiros meses do ano, o preço da carne já acumula avanço de 24,1%. O vice-presidente de suínos da ABPA, Rui Vargas, destacou a queda na produção mundial da proteína, consequência de problemas sanitários em importantes países produtores neste ano. Já a estimativa para a produção brasileira de carne suína em 2014 é de crescimento de 1,25%, para 3,472 milhões de toneladas.
Além da menor oferta, o aumento da demanda russa pela proteína brasileira também contribuiu para o aumento da receita das exportações. Depois do Japão, o mercado russo é hoje o segundo principal destino da carne suína produzida no Brasil.
2015
A ABPA espera um desempenho positivo das exportações de carne suína e de frango em 2015, a exemplo do que aconteceu em 2014.
– Este foi um ano bom para o nosso setor no mercado externo. A desvalorização cambial ajudou a reforçar o faturamento em reais e os preços dos insumos (grãos) caíram – avaliou o presidente executivo da Associação.
Para 2015, a expectativa da Associação é de que as vendas externas de carne de frango cresçam 3% a 4% em volume, enquanto as exportações de carne suína permaneçam relativamente estáveis na comparação com 2014.
– A previsão para 2015 é de que este ano de 2014 se repita. Não sabemos ainda se a Rússia vai manter o mesmo ritmo de importações, mas apostamos na reabertura da África do Sul e no acesso a novos mercados – afirmou o vice-presidente de suínos da ABPA, Rui Vargas.
Segundo Turra, ainda não é possível dimensionar qual deve ser o impacto da queda dos preços do petróleo na demanda de países como Rússia e Venezuela, importadores das carnes brasileiras. Os dois países foram o que mais aumentaram as compras do Brasil em 2014.
Apesar da projeção de estabilidade para as exportações de suínos no próximo ano, a ABPA vê um potencial de crescimento de até 559 mil toneladas nos mercados internacionais. Para a carne de frango, a expansão possível das vendas externas estimada pela Associação – que considera o consumo potencial médio dos demais países – é de 4,839 milhões de toneladas, o que representa um avanço de 3% a 4% em volume. Diante das incertezas do mercado russo, a principal aposta é na crescente demanda do mercado chinês.
– O principal vetor de crescimento será a China, além de uma expectativa de manutenção do mercado russo no segmento de frangos – disse o vice-presidente de aves, Ricardo Santin.
Segundo Turra, o Ministério da Agricultura já acordou com o governo chinês a habilitação de oito novas plantas brasileiras, sendo sete de aves e uma de suíno.
Em relação ao mercado doméstico, a expectativa da ABPA para 2015 também é positiva. De acordo com Turra, diante de um cenário macroeconômico mais desafiador no próximo ano, a tendência é de que o consumidor brasileiro troque a carne bovina por outras proteínas, principalmente carne de frango. Para esta proteína de frango, a expectativa é de que o consumo per capita cresça perto de dois quilos, para 43 quilos per capita.