Este cenário deve empurrar a taxa mundial de uso de grãos guardados, uma medida da oferta, a 25,2%, maior patamar em 13 anos. Segundo o relatório de dezembro da instituição, as colheitas devem atingir 2,532 bilhões de toneladas, montante 0,3% maior que o registrado em 2013, quando atingiu recorde de 2,5 bilhões de toneladas, e 10 milhões de toneladas acima da estimativa divulgada em novembro. A FAO afirma que o recorde deve ser atingido graças a boas colheitas na Europa e produção recorde de milho nos Estados Unidos.
A utilização internacional de cereais, por sua vez, deve totalizar 2,465 bilhões de toneladas em 2014/2015, alta de 2% em relação ao registrado no período anterior, puxado pelo maior uso de grãos para alimentação de animais, junto com a queda de preços destes produtos.
A previsão para a produção de milho foi elevada em 5 milhões de toneladas em relação a novembro, por conta de ajustes positivos nas estimativas para China, União Europeia (UE) e México.
Para o trigo, a expectativa da FAO é de que as colheitas totalizem 725 milhões de toneladas neste ano, crescimento de 1,1% em relação ao recorde estabelecido em 2013 e de 2,3 milhões de toneladas ante a previsão passada. A revisão no relatório de dezembro é resultado de ajustes positivos realizados nas previsões de UE e Rússia, que compensaram a redução das perspectivas para Austrália e Turquia.
O único cereal cuja previsão é de queda na produção, em base anual, é o arroz. A expectativa é de que a produção totalize 2 milhões de toneladas, baixa de 0,4%, devido às perspectivas ruins aos produtores de Índia, Tailândia e Guiné.
O comércio internacional de cereais em 2014/2015 deve apresentar uma contração de 5%, para 339 milhões de toneladas. A FAO afirma que a menor importação de importação de milho por parte da UE e de trigo por China, Brasil e México são os principais fatores prejudicando a estimativa.
América do Sul
A FAO afirma que a produção de trigo na América do Sul deve se recuperar em 2014, em relação aos anos anteriores, graças ao aumento de áreas plantadas na Argentina e no Brasil, que buscaram aproveitar os maiores preços registrados no começo do ano. O relatório alerta, porém, que a qualidade da produção brasileira pode ter sido comprometida pelo excesso de chuvas.
A estimativa é que a produção de trigo dos países da América do Sul aumente 22% em relação a 2013, alcançando 23,5 milhões de toneladas.
No caso do arroz, a expectativa é de que a produção suba 1% em 2014, puxada por bons resultados vindos de Brasil, Guiana e Paraguai, apesar de chuvas abaixo do esperado terem afetado as plantações em algumas regiões destes países. A questão das chuvas foi determinante para prejudicar a produção na Colômbia e no Equador, enquanto no Uruguai o problema foi o excesso de precipitações, além do aumento dos custos.
A produção de milho na América do Sul, por sua vez, deve registrar queda de 3% em relação a 2013, encerrando o ano em 119,8 milhões de toneladas, por conta de uma menor produção no Brasil e outros países. A exceção ficou por conta da Argentina.