A Argentina é um dos maiores exportadores mundiais do cereal e o Brasil é o principal destino de seu produto, mas o fluxo entre os dois países foi afetado nos últimos anos pelas fracas colheitas na Argentina e pelas restrições comerciais impostas por seu governo.
– Este novo montante autorizado hoje soma-se ao milhão e meio de toneladas autorizadas no mês de novembro. O remanescente exportável será liberado à medida que forem verificados os dados da colheita – disse o ministério em comunicado.
As autoridades argentinas mantêm fechadas as exportações e só as autorizam em cotas, conforme verificam a capacidade da produção de abastecer a necessidade do mercado interno de 6,5 milhões de toneladas. O Ministério da Agricultura da Argentina estima uma safra de 12 milhões de toneladas de trigo na safra de 2014/2015, cuja colheita está avançada.
Colheita argentina de trigo será suficiente para atender Brasil, diz bolsa
Na terça, dia 9, o presidente da Bolsa de Comercio de Rosario, Raúl Meroi, disse que o Brasil não terá necessidade de importar trigo dos Estados Unidos no próximo ano porque a safra da Argentina será grande o suficiente para atender a demanda projetada do país vizinho de 7 milhões de toneladas. Rosario é o principal centro de exportação da Argentina. Os operadores estão monitorando a colheita depois de tempestades em agosto e outubro terem inundado importantes zonas de produção de trigo do país sul-americano.
Uma colheita ruim poderia levar o Brasil, principal mercado da Argentina, a comprar trigo dos Estados Unidos. Raúl Meroi disse à Reuters que o teor de proteína do trigo desta temporada deixa muito a desejar, mas acrescentou que as inundações do início da temporada não trarão um corte na previsão da bolsa de uma safra de 12 milhões de tonelada.
– Os 12 milhões de toneladas estará lá – disse Meroi. A previsão é bem acima dos 9,2 milhões de toneladas que, segundo a bolsa, foram colhidas em 2013/2014, dos quais cerca de 2 milhões de toneladas foram mantidas em estoque.
A demanda doméstica de trigo na Argentina é de cerca de 6,5 milhões de toneladas, de acordo com o governo, que controla de perto as exportações de trigo como forma de garantir a ampla oferta local de alimentos. Assim, após o mercado local ser fornecido, a Argentina deve ter ainda 7,5 milhões de toneladas de trigo para exportação, incluindo as reservas da última temporada.
Com Reuters