Fábrica de cápsulas da Nestlé em Minas Gerais vai valorizar grão brasileiro de qualidade

Para presidente da Cooxupé, importação inicial de matéria-prima não prejudica produtor nacionalA fábrica de cápsulas para máquinas de café que a Nestlé vai abrir em Montes Claros, Minas Gerais, é uma oportunidade para valorizar o grão nacional de qualidade. 

A opinião é do presidente da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Carlos Paulino. Ele não vê como um problema a eventual importação de matéria-prima para a fábrica, a primeira da Nestlé nesse segmento fora da Europa.

– Haverá uma necessidade de importação inicial para dar o ‘start’ na indústria. Mas depois teremos condições de produzir aqui o café que eles querem – afirma Paulino.

O presidente da Cooxupé lembra que, há cinco anos, a empresa queria instalar uma fábrica de café solúvel no Brasil, desde que estivesse livre para importar grão, se assim o desejasse. A proposta não foi aceita e a planta foi levada para o México.

– Hoje, exportamos 800 mil sacas de conilon para o México, mas poderíamos estar exportando diretamente nosso produto e com o nome Cafés do Brasil – diz o executivo.

Paulino acredita que produtores de café instalados em regiões com clima especial poderão atender à demanda da Nestlé por um produto de qualidade para a fabricação de cápsulas, agregando valor a essa produção.

– O empresário quer comprar onde o café é mais barato, e o mais barato é o brasileiro. Não vão ser bobos de importar um café mais caro do que o nosso – completa o presidente da Cooxupé.

A Nestlé informa que haverá uma coletiva na próxima quinta-feira, dia 18, para oficializar a construção da nova fábrica.

De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Montes Claros, Ricardo Laughton, já existe um parque industrial da Nestlé na cidade mineira, produzindo leite condensado e chocolates. Ele acredita que a nova unidade será implantada dentro desse parque industrial, elevando o número de empregos e a geração de renda na cidade.

Laughton afirma, no entanto, que a indústria não terá impacto no setor rural, pois a cafeicultura não é explorada na região.