OIT diz que pessoas em regimes de escravidão deixam de receber US$ 21 bilhões por ano no mundo

No Brasil, maioria dos entrevistados começou a trabalhar para ajudar os pais em atividades agrícolasO estudo da OIT entrevistou 121 vítimas de trabalho escravo no Brasil. Apenas um quarto delas ainda vivia no Estado de origem. Quase todas começaram a trabalhar antes dos 16 anos, e um terço antes dos 11 anos, a maioria para ajudar os pais em atividades agrícolas.

O relatório chamado O Custo da Coerção mostra também que, em todo o mundo, as vítimas de trabalho forçado deixam de receber uma renda de US$21 bilhões por ano, e o valor não inclui a exploração sexual.

? O relatório de 2005 fazia uma estimativa de qual era o lucro que os empregados inescrupulosos e agentes empregadores tinham, e chegava à cifra de US$ 32 bilhões ao ano. Neste relatório de 2009, se faz um cálculo de que os trabalhadores e trabalhadoras submetidos ao trabalho forçado deixam de receber no conjunto US$ 21 bilhões ao ano ? afirmou a diretora do escritório da OIT no país, Laís Abramo.

O documento aponta o Brasil como uma das experiências mais avançadas no combate ao problema. A nação possui um grupo móvel de fiscalização, um plano nacional de erradicação de trabalho escravo e um envolvimento do setor privado com o tema. Porém, um dos obstáculos que pode comprometer mais avanços nesta área, tanto no Brasil como no mundo, é a crise econômica.

? A OIT chama a atenção desde o começo da crise econômica justamente para a possibilidade de um aumento do desrespeito aos direitos trabalhistas com um possível retrocesso das situações de trabalho infantil, trabalho forçado, exploração, justamente porque a crise afeta de maneira mais forte as pessoas em situação de vulnerabilidade ? completa Laís.