Cerca de 90% das lavouras de Mato Grosso do Sul são irrigadas, segundo o presidente da Associação dos Produtores de Arroz e Irrigantes do Estado, Roberto Coelho. A condição eleva os custos, mas garante um melhor desenvolvimento das plantações. Em algumas áreas, a produtividade chega a 7,5 toneladas por hectare, média comparada com a de Estados com grande tradição no cultivo do cereal, como o Rio Grande do Sul.
Com o aumento da demanda mundial pelo produto e a redução dos preços dos fertilizantes, a previsão é de que as comercializações se tornem mais lucrativas nas próximas safras.
? Com a queda dos fertilizantes, já dá para ter uma margem de lucro, e isso tende a melhorar ? diz Coelho.
Apesar deste otimismo os números, mostram que a atividade ainda luta para sobreviver em Mato Grosso do Sul. A área plantada, que no passado já ocupou mais de 40 mil hectares, foi reduzida em pelo menos cinco mil hectares nas últimas safras. Para este ano, a previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de nova queda.
A estimativa é de que as lavouras de arroz ocupem 34,5 mil hectares no Estado, área 2,3% menor do que na safra passada. Para o presidente da Associação dos Produtores de Arroz e Irrigantes de Mato Grosso do Sul, Roberto Coelho, esta diminuição é um reflexo dos altos custos de produção.
? Os governos federal e estadual não incentivam os produtores, que se vêem obrigados a investir na atividade de alto risco, sem garantias de renda ? completa o presidente da associação.
Nesta safra, a expectativa é de que sejam produzidas 198 mil toneladas de arroz em Mato Grosso do Sul. Trata-se de menos de 2% do volume produzido no Brasil, que deve chegar a 12,8 milhões de toneladas, de acordo com a Conab.