CNA prevê redução dos preços agrícolas se dólar continuar em queda

No mercado internacional, cotações têm fechado em alta em função da existência de estoques baixosNo momento em que o dólar reforça tendência de queda, registrando variação de baixa de 5,90% no mês, acumulando baixa de 11,82% no ano, a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, manifesta suas preocupações com a volatilidade do câmbio, que poderá reduzir a rentabilidade das culturas de exportação.

?O produtor ainda possui 40% da produção da safra 2008/2009 para serem comercializados, o que poderá ocorrer a preços mais baixos em função da queda do dólar ? afirma a senadora.

No mercado internacional, as cotações têm fechado em alta, em função da existência de estoques baixos, queda na produção argentina, demanda chinesa firme mesmo em tempo de crise e problemas climáticos nos Estados Unidos, que dificultam o plantio da safra de verão norte-americana. No mercado da soja, produto típico de exportação, os preços subiram 12,8% em oito semanas. Na Bolsa de Chicago, aumentaram 29,9%.

? Se não fosse o câmbio, os preços da soja teriam subido 17,6% ? diz a presidente da CNA.

Kátia Abreu fala, ainda, sobre as elevadas taxas de juros praticadas no País, o que poderá se transformar em atrativo para o ingresso de capital especulativo no País, depreciando o dólar e os preços agrícolas.

? A comercialização a preços menores neste momento reduz a disponibilidade de uso de capital próprio pelo produtor no plantio da safra 2009/2010 ? justifica Kátia.

Segundo a presidente da CNA, os recursos para financiamento da nova safra já estão escassos em função da crise financeira internacional. Com menor disponibilidade de recursos do produtor e a significativa redução do crédito fornecido pelas tradings, haverá necessidade de maior aporte de recursos do crédito rural oficial.

? Esse cenário nos leva a reafirmar que a safra 2009/2010 deverá ser planejada com muita cautela pelo produtor, pois além do risco próprio da atividade, o cenário macroeconômico mundial tende a reforçar a volatilidade do câmbio e dos preços agrícolas ? conclui a senadora.