O valor supera a dotação prevista inicialmente pelo programa, de R$ 1,48 bilhão – anunciou hoje, dia 17, o diretor da Área Industrial do banco, Julio Cesar Maciel Ramundo.
– É uma resposta grande do setor privado – disse Ramundo em seminário no Rio de Janeiro,salientando que o balanço é “extremamente positivo”.
– Acreditamos que o desenvolvimento tecnológico que virá na parte agrícola é fundamental para todo o modelo de etanol de segunda geração, que será disseminado no Brasil nas próximas décadas – afirmou.
Segundo Ramundo, 2014 termina com quatro plantas de etanol de segunda geração aprovadas pelo BNDES e Finep, dentro do programa. “Este talvez seja o símbolo dessa política.” Ramundo lembrou que há três anos o Brasil, apesar de ser o detentor da melhor produtividade na área de combustíveis renováveis líquidos no mundo, não tinha iniciativas de destaque na tecnologia para o etanol de segunda geração.
– Desenhamos uma agenda e conseguimos ter, em prazo curtíssimo, planos de negócios de centenas de milhões de reais por parte do setor empresarial – e aí estamos falando de empreendedores brasileiros e multinacionais –, e ao final deste ano já temos duas plantas de segunda geração operando, e ontem (16) aprovamos a terceira em escala comercial – disse.
Trata-se da fábrica da Abengoa Bioenergia Agroindústria, que será integrada ao processo tradicional que a empresa tem no município de Pirassununga, em São Paulo. Com financiamento de R$ 309,6 milhões, a planta terá capacidade nominal de produção de 64 milhões de litros de etanol por safra.
Outra planta em escala piloto foi implantada no Centro de Tecnologia Canavieira. Julio Ramundo informou que esses projetos foram apoiados na fase do desenvolvimento tecnológico, porque as rotas são alternativas e compõem um portfólio de tecnologias.
– Neste momento do desenvolvimento tecnológico, é muito importante ter alternativas que vão desde plantas totalmente dedicadas à nova tecnologia a plantas que se acoplam à base produtiva do etanol de primeira geração, porque, no futuro, poderemos ter, na fase de difusão tecnológica, diferentes alternativas para a introdução da tecnologia – afirmou.
Ramundo comemorou o fato de o Brasil ter saído de uma fase de inexpressividade no quadro do desenvolvimento tecnológico do etanol de segunda geração para uma posição de vanguarda. “No Hemisfério Sul, não existe nenhuma planta de etanol de segunda geração”. Em Alagoas, foi inaugurada há poucos meses uma das plantas de implantação mais rápida do país, do grupo GranBio.
Os projetos do Paiss Agrícola têm cinco linhas, que vão da adaptação de máquinas até a transgenia, que é o desenvolvimento de novas variedades de cana, passando por sistemas integrados de manejo, planejamento e controle da produção – técnicas mais ágeis e eficientes de propagação de mudas e adaptação de sistemas industriais para culturas energéticas compatíveis ou complementares com o sistema agroindustrial do etanol produzido a partir da cana-de-açúcar.