A estiagem já causou prejuízos de mais de R$ 500 mil para apenas um produtor de Goiás e, se o clima não ajudar, o problema pode agravar em 2015. A seca tem sido uma das maiores preocupações para os produtores de soja do Estado.
Na propriedade do agricultor Vilberto Vanuzzi, em Luziânia, a forte estiagem afetou não só o florescimento da lavoura em janeiro e fevereiro deste ano, como agora também atrasou o início do plantio da safra 2014/2015. A expectativa era começar a plantar no dia 03 de novembro mas, com o atraso das chuvas, o prazo foi adiado para 26 de novembro.
No início do ano, a seca trouxe um prejuízo de R$ 560 mil para o produtor de soja. Foram 280 hectares praticamente perdidos. Enquanto o normal é colher de 48 a 50 sacas por hectare, o número de sacas na área não passou de 14.
– Nós tivemos um prejuízo, no mínimo, de uns R$ 560 mil ano passado, em 2013/2014, por causa da seca. Tivemos dois sinistros, em duas áreas. Corre o risco todo o ano desse dito veranico, vamos ver esse ano. O estágio agora do plantio, que nós plantamos atrasado, de repente nós vamos escapar do veranico de janeiro e vamos conseguir estar no florescimento em fevereiro, se nós levar sorte – calcula o Vanuzzi.
A estratégia adotada para garantir uma grande safra, mesmo sob condições climáticas severas, foi usar sementes de ciclo médio e não precoce. Elas florescem por um período maior do que as precoces e são mais resistentes à seca.
– Esse ano, também escolhemos materiais de ciclo médio. Não trabalhamos com nenhum ciclo precoce para prevenir essa seca, essa estiagem, porque a gente não sabe, cada ano muda. Pode ser um ano bom, pode ocorrer tudo normal, como pode ser um ano que a gente vai ter estiagem de novo – diz o técnico agropecuário Rudinei Pinheiro.
Há menos de uma semana foi detectado o primeiro caso de ferrugem asiática em uma lavoura comercial goiana. A doença foi encontrada no município de Rio Preto. O produtor de Luziânia diz não se preocupar, porque mesmo estando no mesmo Estado, segundo ele, a ferrugem deixou de ser um problema sério há mais de 10 anos.
– Mesmo tendo um caso no Estado, mas assim, o produtor está prevenido, seguro. Hoje, ferrugem não é mais um problema na agricultura. Tem vários tipos, lagarta, clima, tem outros fatores que prejudicam mais o produtor – afirma Vanuzzi.