Volta da Cide e mais anidro na gasolina podem firmar preço

Setor espera a volta do diálogo com o governo federal e a definição de uma política de longo prazoO mercado de etanol, que tem enfrentado dificuldades econômicas desde 2008, aposta em alguma melhora para 2015. 

Representantes do setor consultados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) esperam a volta do diálogo com o governo federal e a definição de uma política de longo prazo. 

De imediato, entre as ações aguardadas, estão o aumento do etanol anidro à gasolina e a reintrodução da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que elevaria o valor da gasolina C e, consequentemente, ampliaria a competitividade do hidratado. Nesse mesmo contexto, os preços do anidro e do açúcar ganhariam algum impulso.

Segundo o Cepea, as seguidas desvalorizações do petróleo, no entanto, podem comprometer a eficácia dessas medidas à “saúde” do setor. O aumento da mistura de etanol anidro na gasolina, dos atuais 25% para 27,5%, também deve ser um fator de apoio aos preços.

O governo está em fase final de estudos sobre a viabilidade dessa medida. Outra mudança aguardada por agentes é a redução do ICMS cobrado sobre o hidratado em Minas Gerais, de 19% para 14%, que tornaria o biocombustível mais competitivo no estado, que é o terceiro maior produtor de hidratado do país.

Volta da Cide pode ocorrer nos próximos dias

Após o governo Dilma Rousseff endurecer as regras para obtenção de benefícios trabalhistas, a próxima medida para aliviar os cofres públicos será a volta da Cide, o imposto que incide sobre os combustíveis. Segundo o futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o anúncio deve ocorrer nos próximos dias. Como a Cide não precisa ser aprovada no ano anterior à cobrança, a medida pode ser anunciada tanto agora quanto nos primeiros dias depois da posse.