Ano após ano, a lagarta Helicoverpa preocupa os produtores de soja do país. Em 2014, o caso se agravou no Distrito Federal e as medidas para controlar o avanço da praga aumentaram os custos do produtor. O problema tomou uma dimensão ainda maior pela demora na liberação de novos defensivos para controlar a doença, e pelo acréscimo no valor dos que estão disponíveis para a compra devido à alta do dólar.
– Automaticamente, quando o dólar sobe, também os insumos sobem, e aí também tem outra dificuldade, porque, quando o dólar baixa, a velocidade dos custos dos insumos não é a mesma. Os insumos custam a diminuir o custo, o seu valor, quando o dólar diminui. Embora seja praticamente automático quando o dólar sobe. Isso traz muitos prejuízos para a cultura da soja – diz o conselheiro federal de Engenharia e Agronomia (Confea) Geraldo Baracuhy.
O presidente do Sindicato Rural do DF é proprietário de uma área de soja de 1750 hectares. Segundo ele, uma medição recente feita na lavoura identificou, após cinco dias da aplicação de um agroquímico, a quantidade de 1,4 lagartas por metro quadrado. Ele considera o número alto, tendo em vista a recente pulverização.
A expectativa do proprietário é que sejam feitas sete aplicações de agroquímicos até a colheita da safra. Os custos com os defensivos devem chegar a R$ 210 mil, 40% a mais do que este produtor costuma investir.
– Não temos um controle 100% da praga. Precisaríamos de princípios ativos novos no mercado, que a Anvisa olhasse para nós para liberar outros princípios ativos, para que nós pudéssemos trabalhar. Porque essa praga, ela vem a cada ano acarretando cada vez mais problemas para cultura da soja – pede o presidente do Sindicato, Luiz Ângelo Cappellesso.