Em 2014, as cotações da soja registraram a maior queda dos últimos 10 anos, com um recuo de mais de 22%. O analista de grãos da AGR Brasil Pedro Djneka diz que a tendência para os próximos meses é de mais pressão de baixa sobre as cotações em Chicago.
– Alertávamos em 2013 que poderíamos estar entrando em um período de reconstituição de estoques caso o clima ajudasse, o que aconteceu em 2054. Os Estados Unidos colheram uma safra recorde e o Brasil parece estar prestes a fazer o mesmo – lembra Djneka.
De acordo com o analista, no entanto, a alta do dólar no Brasil está compensando a baixa dos preços que veio com esta reconstituição dos estoques.
– A alta do dólar traz lucros até maiores este ano do que ano passado para alguns produtores – diz Djneka.
Para os próximos meses, o mercado deve seguir pressionado por fundamentos que mostram abundância de oferta. O conselho aos produtores é que fiquem de olho no dólar, que está com grande volatilidade, de forma a compensar a tendência de baixa nas cotações em Chicago.
Com a entrada da safra do Brasil e outros países da América do Sul, que deve ultrapassar os 160 milhões de toneladas, o mercado deverá focar na oferta e, com isso, os preços devem recuar mais ainda.
Milho
Para o milho, o momento é de indefinição. No Brasil, com o atraso no plantio da safra de soja, ainda não há projeções do quanto será plantado na segunda safra de milho. De acordo com o analista, o mesmo se dá nos Estados Unidos, pois ainda não se sabe se o produtor americano vai reduzir a área plantada.
Relatório USDA
O mercado também está atento ao próximo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), que deve sair no dia 12 de janeiro. Com o encerramento da safra americana, este é um dos relatórios mais importantes do ano para a definição de tendências de preços no curto/médio prazos. As estimativas oficiais do Brasil devem ser divulgadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na próxima sexta, dia 9.