Segundo dados do relatório de janeiro de oferta e demanda do Departamento de Agricultura (USDA), a produção de soja encerrou o ano passado em 3,969 bilhões de bushels (108,03 milhões de toneladas), um aumento de 18% em relação ao registrado no ano anterior e ficando acima do previsto no relatório de dezembro. A área plantada também bateu recorde em 2014, totalizando 33,6 milhões de hectares, crescimento de 9%. A produtividade subiu de 47,5 bushels por acre (3,19 toneladas por hectare) para 47,8 bushels por acre (3,21 toneladas por hectare).
As exportações aumentaram em 10 milhões de bushels , para 1,770 bilhão de bushels (48,8 milhões de toneladas), refletindo o resultado recorde registrado no primeiro trimestre do ano comerciável. Os estoques estão calculados em 410 milhões de bushels (11,16 milhões de toneladas). O preço médio da soja no período ficou entre US$ 9,45 e US$ 10,95 o bushel, aumento de 20 centavos.
O USDA estimou a produção global de soja em 2014 em 314,4 milhões de toneladas, aumento de 0,5%, puxado por Estados Unidos e Brasil. No País, a safra de soja deve totalizar 95,5 milhões de toneladas, nível recorde, puxada pela maior produtividade de Mato Grosso e Paraná.
Milho
No caso do milho, cuja safra ainda não foi encerrada, a expectativa do USDA é de produção de 14,2 bilhões de bushels (361,09 milhões de toneladas), queda de 1% em relação ao relatório de novembro, mas expansão de 3% ante os dados revisados de 2013.
A área plantada de milho foi calculada em 33 milhões de hectares, ligeiramente acima da estimativa passada, mas recuo de 5% em relação a 2013.
A estimativa para o estoque doméstico ao final da safra 2014/2015 caiu em 6,05%, para 1,877 bilhão de bushels (47,67 milhões de toneladas), na comparação com a estimativa de dezembro.
Algodão
O relatório também trouxe estimativas para a produção de algodão. Calcula-se que ela atingirá 16,1 milhões de fardos de 480 libras, o que equivale a 3,5 milhões de toneladas, alta de 25% ante 2013 e 1% em relação ao relatório anterior. A área colhida até o momento somou 3 milhões de hectares, alta de 29% em base anual, mas queda de 2% em relação ao relatório de novembro.
Repercussão
Segundo a consultoria AGR Brasil, o relatório do USDA “trouxe um pouco pra todo mundo”, com tendência de alta para os preços do milho –visto que os dados sobre estoques vieram abaixo do esperado pelo mercado, além das informações de queda na produtividade do milho – e de baixa para a soja, por conta do possível alívio que os dados sobre estoque trarão ao mercado.
– O mercado vem cogitando desde outubro sobre a possibilidade de estoques de soja caírem para 8 milhões de toneladas (dos mais de 11 milhões de toneladas estimados atualmente). O ritmo de compras por parte dos chineses e também o receio de que a área de colheita de soja fosse cortada agressivamente hoje eram as justificativas usadas por participantes do mercado para tal raciocínio. Mesmo que hajam reduções maiores nos próximos relatórios, o mercado agora compreenderá que estoques da oleaginosa devem ficar acima de 11 milhões de toneladas, o que aponta para preços menores – diz a consultoria.
Os contratos futuros da soja negociados na bolsa de Chicago fecharam em baixa de mais de 3% por conta do relatório. O contrato março recuou US$ 36,25 centavos, ou 3,4%, encerrando a US$ 10,16 por bushel.