Na comparação com um ano antes, as vendas varejistas avançaram 1%, taxa mais baixa para novembro desde 2003, quando caiu 0,2%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nessa quarta, dia 14.
Os resultados ficaram acima das expectativas em pesquisa da Reuters, de alta de 0,2% na comparação mensal e de recuo de 0,35%.
– O comércio deu uma guinada para baixo nestes últimos dois anos. Houve uma série de fatores, como a retirada gradual de incentivos para alguns setores… piora nas condições de crédito e um aumento na taxa de juros – afirmou o técnico do IBGE, Nilo Lopes, para quem o resultado de novembro pode ter sido ocasionado pela antecipação das compras de Natal.
Em outubro, as vendas haviam avançado 1,3% sobre setembro e, na comparação com igual mês de 2013, 2,2%.
– O rendimento médio das pessoas ocupadas também diminuiu o ritmo de crescimento – disse Lopes, acrescentando que a expectativa que sobre mudança na política econômica “pode frear um pouco o consumo”.
De acordo com o IBGE, cinco das oito atividades pesquisadas no varejo restrito tiveram alta mensal, sendo os destaques Livros, jornais, revistas e papelaria (9,6%) e Móveis e eletrodomésticos (5,4%).
Por outro lado, Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo – importante termômetro do consumo das famílias – teve queda de 0,8%, depois de ter subido 1,9% em outubro.
Já na comparação com novembro de 2013, o IBGE destacou a alta de 9,3% nas vendas do grupo Outros artigos de uso pessoal e doméstico, creditando o resultado às antecipações das compras de Natal.
O IBGE informou ainda que o volume de vendas no varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, subiu 1,2% em novembro sobre o mês anterior, impulsionado pelo avanço de 5,5% em Veículos e motos, partes e peças.
O setor varejista brasileiro tem enfrentado quadro de fragilidade, diante da baixa confiança do consumidor, da elevação da taxa de juros e do cenário de demissões em vários setores da economia.
A perda de força das vendas varejistas em novembro soma-se ao recuo inesperado da produção industrial naquele mês, mais um indicador de fraqueza sobre o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre após o país ter saído da recessão técnica no terceiro trimestre.
A expectativa de economistas na pesquisa Focus do Banco Central (BC) é de expansão do PIB em 2014 de apenas 0,11%, com crescimento neste ano de 0,4%.