O pecuarista José Eduardo Miller cria cerca de 400 matrizes nelore PO em fazenda próxima à cidade de Sacramento, no interior de Minas. No ano passado, ele adquiriu três touros provados para utilizar na estação de monta. O custo por animal foi de R$ 5 mil. Um investimento alto, mas que segundo ele vale a pena.
– Depois que nós adquirimos esses touros registrados, a produção é outra qualidade, outra carcaça, outra genética. Então, melhorou 100% o rebanho – comemora.
Cada reprodutor cobre em média 50 fêmeas. Na última estação de monta, o índice de prenhez foi de 86%. Os 280 bezerros nascidos apresentaram peso médio de nove arrobas na desmama.
– Atingimos todas as metas que nós tínhamos, a qualidade excelente na hora da venda é melhor ainda, porque tem um bezerro com carcaça boa de genética. Não têm defeito nenhum, são de primeira qualidade e nós estamos muito contentes com a aquisição desses touros – diz o pecuarista.
A compra dos animais ocorreu durante uma feira do Pró-Genética, o programa de qualidade dos rebanhos bovinos do Estado. Criado em 2006, o projeto incentiva a melhoria genética dos animais, através da venda de touros avaliados. Só no ano passado, foram comercializados dois mil reprodutores em sete Estados brasileiros.
– Em primeiro lugar, o touro tem que ter o registro definitivo, que é o certificado emitido pela ABCZ, que garante a qualidade do animal. Ele precisa ter idade entre 20 a 42 meses, o exame de sanidade, brucelose, tuberculose e exame de andrológico e o peso mínimo por raça. O dia em que eles chegam às feiras, eles são avaliados pelo técnico da ABZ, para ver se estão cumprindo todos os parâmetros – informa o diretor do Pró-Genética, Rivaldo Machado Borges.
Para este ano está prevista a expansão do projeto, a nova modalidade chamada de Pró-Fêmeas vai disponibilizar crédito para o produtor rural adquirir matrizes.
O projeto é coordenado pela Associação Brasileira de Criadores de Girolando e conta com parceiros como Associação Brasileira de Criadores de Gado Zebu (ABCZ), Emater e Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). A compra e venda das matrizes vão ser feitas através de feiras e leilões e os animais devem seguir os requisitos pré-estabelecidos pela Associação.
– Além do registro definitivo, nós temos também uma idade mínima e máxima, que vai de 18 meses a 60 meses de idade. Se o animal apresentar mais de 24 meses, ele deve estar pelo menos prenhe e se for uma vaca adulta, ela deve estar em lactação ou prenhe e com histórico da lactação anterior registrado – coloca Leandro Paiva, superintendente técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando.
Outra inovação para esse ano é a opção de compra pela internet, através do site da ABCZ. No total, são quase 42 mil cadastrados.
– Pode participar desse programa quem tem no mínimo 10% de touros registrados dentro do seu rebanho anual. Essas pessoas podem participar no site da ABCZ. É um programa que foi feito pela ABCZ, para dar mais facilidade tanto para o comprador, como para o vendedor participar do programa – reforça Borges.