Arroz, milho e soja – os três principais produtos – representaram 91,6% da estimativa da produção agrícola em 2015 e 85,4% da área a ser colhida. A área de soja aumentou 3,5% em relação ao ano passado, enquanto a área de arroz registrou redução de 1,3% e a de milho recuou 0,3%. Em relação à produção, o levantamento prevê aumento de 3,3% na safra de arroz, alta de 10,5% para a soja, mas redução de 2,9% para o milho.
A safra agrícola de 2015 será maior para 12 dos 26 principais produtos que integram o levantamento do IBGE. As culturas que apresentarão aumento na produção são: amendoim em casca 1ª safra (18,8%), arroz em casca (3,3%), aveia em grão (23,6%), batata-inglesa 1ª safra (1,2%), café em grão – arábica (0,8%), cevada em grão (23,1%), feijão em grão 1ª safra (15,2%), mamona em baga (141,0%), mandioca (3,9%), milho em grão 1ª safra (3,8%), soja em grão (10,5%) e trigo em grão (20,4%).
Os 14 produtos com expectativa de queda na safra em relação a 2014 foram: algodão herbáceo em caroço (7,3%), amendoim em casca 2ª safra (11,2%), batata-inglesa 2ª safra (7,6%), batata-inglesa 3ª safra (19,4%), cacau em amêndoa (16,7%), café em grão – canephora (11,3%), cana-de-açúcar (1,4%), cebola (8,2%), feijão em grão 2ª safra (0,9%), feijão em grão 3ª safra (3,6%), laranja (1,1%), milho em grão 2ª safra (7,1%), sorgo em grão (7,4%) e triticale em grão (10,5%).
Segundo o IBGE, a soja terá o maior aumento absoluto no volume produzido, 9.073.984 de toneladas em 2015 a mais que em 2014. As maiores perdas em volume serão registradas na cana-de-açúcar (-9.542.697 de toneladas) e no milho (-2.267.458 de toneladas).
Soja
A produção nacional de soja deve totalizar 95,517 milhões de toneladas de soja este ano, um aumento de 10,5% em relação a 2014.
– A safra maior de soja é justificada pelo aumento de área. A soja ocupou área de milho de primeira safra, de algodão, de arroz – lembrou Mauro Andreazzi, gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE.
No entanto, houve redução de 0,8% na comparação com a estimativa anterior, feita no terceiro Prognóstico para a Safra Agrícola. Segundo o IBGE, a estiagem atrasou o plantio em algumas regiões, o que prejudicou também a entrada do milho de segunda safra nas áreas que recebem a soja primeiro.
– O plantio de soja deveria ter começado entre final de setembro e outubro, mas plantaram em novembro. Houve uma área importante de Mato Grosso que atrasou o plantio, então isso está diminuindo a área do milho de segunda safra. E também há uma questão econômica, o preço do milho não está muito atrativo, está abaixo do custo de produção. Muito produtor está receoso se vai plantar o cereal ou não – diz Andreazzi.
O instituto espera uma produção de 31,761 milhões de toneladas para o milho de primeira safra, alta de 0,8% em relação à estimativa anterior, graças a uma recuperação no rendimento médio. Entretanto, a segunda safra do produto deve totalizar 44,727 milhões de toneladas, queda de 2% causada pela redução na área plantada e prejuízos no rendimento decorrentes da falta de chuvas.
Café
O café deve ter em 2015 o seu terceiro ano consecutivo de baixa. A estimativa de produção é de 2,6 milhões de toneladas, o equivalente a 43,9 milhões de sacas de 60 kg, uma redução de 2,7% em relação a 2014.
– É o terceiro ano de baixa. Esse fenômeno (de alternância) é mais na espécie arábica, de Minas Gerais. Mas o que aconteceu foi redução de área e estiagem. Tem muito café que ainda é colhido manualmente, então o custo de produção fica caro para colher. Muito produtor não tem condição de pagar esses custos. As máquinas para colheita são caríssimas, o pequeno produtor não consegue acompanhar, e para de plantar – explicou Mauro Andreazzi, gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE.
A produção do café arábica deve alcançar 1,9 milhão de toneladas em 2015, ou 32,2 milhões de sacas, alta de 0,8% em relação a 2014. Já a produção do café canephora (robusta) deve alcançar 702 mil toneladas, ou 11,7 milhões de sacas, redução de 11,3% em relação a 2014.
O Espírito Santo, com participação de 69,5% do total do café canephora, espera uma produção de 488,2 mil toneladas, 18,1% menor que a de 2014, quando registrou uma safra recorde de 596,2 mil toneladas.
Em relação à espécie arábica, houve queda forte na produção no ano passado em virtude do clima excessivamente quente e seco, principalmente no sul de Minas Gerais e São Paulo. Este ano, as chuvas retornaram a algumas regiões produtoras, mas ainda abaixo das médias históricas e aquém das necessidades das lavouras.