A proposta foi uma contribuição à Audiência Pública 006/2015 da Aneel encaminhada pela Câmara Setorial Nacional do Arroz. O presidente do órgão e da Comissão de Arroz da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Francisco Schardong explica que os rizicultores não têm margens para reduzir o consumo energético na irrigação.
– A nossa atividade é sazonal. O que determina o uso de mais ou menos água são questões agronômicas. Quando a planta necessita, é preciso irrigar. Portanto, perde-se o sentido da adoção das bandeiras, que é o de estimular a redução do consumo nas épocas em que a geração é mais cara, como está ocorrendo agora – explica Schardong.
As bandeiras tarifárias foram instituídas para estimular a economia de energia elétrica nos tempos de condições desfavoráveis de geração energética. O consumo é desestimulado por meio de taxas extras quando a bandeira estiver vermelha (maior custo de geração) ou amarela (condições intermediárias). Já a bandeira verde não implica em custo extra e indica custos menores de geração.
A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) também respondeu à audiência pública da Aneel sugerindo a exclusão dos produtores rurais da nova modalidade de cobrança. Os gastos com energia elétrica representam 8% do custo operacional da lavoura irrigada de arroz.
Segundo o economista do Sistema Farsul, Antonio da Luz, o agricultor não tem as mesmas condições de poupar do que outros públicos.
– O consumidor residencial ou comercial pode racionalizar o uso, usar lâmpada econômicas, apagar as luzes. O consumidor industrial pode jogar um pouco, aumentar produção e uso nos períodos de menor custo. Mas o uso na agricultura é determinado por razões biológicas – afirma.