No período compreendido entre entre novembro de 2013 e outubro de 2014, o consumo passou de 20,085 milhões de sacas de 60 quilos para 20,333 milhões de sacas. O levantamento é da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), divulgado nesta terça, 24.
O consumo per capita também aumentou ligeiramente no período, subindo de 4,87 kg/habitante/ano para 4,89 kg/habitante/ano de café torrado e moído (ou 6,09 kg de café verde em grão para 6,12 kg), o equivalente a 81 litros/habitante/ano.
No período, conforme a Abic, as grandes empresas evoluíram e ampliaram participação, com várias delas aumentando o volume em níveis próximos de dois dígitos.
De um total de 1.428 empresas cadastradas em todo país no fim de 2013, das quais 455 associadas da entidade, a Abic apurou uma redução para 1.299 empresas no fim de 2014, uma queda de 9,0%, sinalizando processo de concentração e consolidação.
Segundo a Abic, as 10 maiores empresas tinham uma participação de 74,4% em volume, sobre o total produzido pelas associadas. As dez maiores são, pela ordem decrescente: Café Três Corações (MG); D.E. Cafés do Brasil (SP); Indústrias Alimentícias Maratá (SE); Melitta (SP); Cia. Cacique (SP); Mitsui (SP); São Braz (PB); Café Bom dia (MG); Café Pacaembu (SP) e Foods Indústria e Comércio (MG).
A ABIC estima que o consumo de café deve voltar a crescer de forma mais intensa em 2015, alcançando 21 milhões de sacas no ano.
– A diversidade de produtos oferecidos, com maior qualidade, muitos deles certificados pelo Programa de Qualidade do Café (PQC) da Abic e sustentáveis, tem mantido o interesse dos consumidores – avalia a associação.
Preços
A Abic considera que foi surpreendente a alta das cotações do café, impulsionada pela seca e altas temperaturas no início de 2014, que resultaram numa previsão de quebra da safra brasileira.
O café arábica aumentou em média 58%, para R$ 455 a saca em dezembro passado, enquanto o café conilon (robusta) variou 22%, para R$ 275 a saca, no ano. Segundo pesquisas na cidade de São Paulo, de janeiro a dezembro de 2014, os preços dos cafés Tradicionais, nas prateleiras do varejo, subiram 9,7%, para R$ 13,88/kg, enquanto os cafés gourmet aumentaram 12,4%, alcançando R$ 48,00/kg, em média.
– A diferença dos índices de variação de preço entre matéria prima e o produto final evidencia que a indústria chegou ao fim de 2014 com seus custos muito pressionados. Reajustes nos combustíveis, energia elétrica, gás e câmbio continuarão a pressionar os custos da indústria neste início de 2015 – observa a Abic.
De acordo com a Abic, o consumo de café em monodoses, seja na forma de cafés expressos, cafés em sachês ou em cápsulas, está crescendo acentuadamente.
Apesar de estar presente em apenas 1% dos lares no fim de 2014 (474 mil lares), a expectativa das empresas que atuam neste segmento é de crescer até 20% nos próximos 10 anos. Em 2014, as cápsulas ampliaram seu volume em 52,4% em relação a 2013 para 660 mil quilos, e 55,5% em valor.