O dono de uma transportadora do interior de Goiás enviou uma mensagem com um balanço do custo do frete para a redação do Canal Rural. João Batista Mendes conta que já teve que vender duas carretas para cobrir os custos operacionais.
Mendes relata que o preço pago pela tonelada para transportar de Rio Verde (GO) para o Porto Seco de Araguari (MG), era de R$ 70 no início de 2014, e o litro do óleo diesel custava R$ 2,58. Com o valor de R$ 2,70 pelo litro, o frete baixou para R$ 48 a tonelada. Em algumas regiões, o diesel já passa de R$ 3,20.
A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (ANTL) recomendou que as transportadoras aplicassem um reajuste médio de 25% em cima da tabela de preços, mas as empresas conseguem reajustar no máximo em 5%, principalmente quando os contratos são feitos com órgãos públicos. Além do aumento de custos, a frota brasileira de caminhões vem crescendo e pressionando ainda mais o mercado.
No último ano, uma transportadora aumentou de 12 para 22 caminhões. O diretor operacional da empresa, Eudes Brito, disse que investiu apostando em uma economia mais estável em 2015.
– Apostamos no ano de 2015, mas em dois meses já estamos indo em sentindo contrário do planejado. Não está fácil – desabafa Brito.
Ele explica que se reajustar o preço, perde clientes e, devido aos custos altos, já teve que abrir mão de grandes contratos para não ficar no prejuízo.
De acordo com o coordenador do Departamento de Custos Operacionais da ANTL, Neuto Gonçalves dos Reis, de 2012 para cá, o custo do transporte cresceu 23%, a defasagem entre o custo e o preço do frete, hoje, não passa de 14%.