Em relação ao levantamento do mês passado, houve uma correção de menos 0,8%. Os números são do 6º levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta terça, dia 10.
A soja é o destaque das pesquisas, com a colheita em pleno andamento. Mesmo enfrentando problemas climáticos em janeiro, que influenciaram a expectativa de produtividade no Sudeste, parte do Centro-Oeste e na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), a produção ainda é superior à safra passada. O incremento deve ser de 8,3% ou o equivalente a 7,14 milhões de toneladas, levando a uma produção de 93,26 milhões de toneladas. O milho primeira safra teve uma redução de 6,1%, o que representa 1,93 milhão de toneladas a menos que a safra anterior, de 31,65 milhões de toneladas.
Área
A área destinada ao plantio de grãos deve ser praticamente a mesma que a da última safra, chegando a 57,03 milhões de hectares. Dentre os principais produtos, a soja apresenta também evolução, com um crescimento de 3,9%, passando de 30,17 para 31,33 milhões de hectares. A área destinada ao algodão deve diminuir, ficando em 976,1 mil hectares – 13% inferior à safra 2013/2014.
O motivo é a redução do consumo e dos preços praticados e o excesso dos estoques interno e externo. O levantamento também faz estimativas para as culturas de segunda safra, com uma expectativa de redução de 2,2% na área de milho, passando de 9,21 para 9,01 milhões de hectares.
Estimativa do IBGE
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também divulgou nesta terça sua estimativa para 2015. Segundo a entidade, o país deve colher 57,2 milhões de hectares na safra de grãos, área 1,5% maior do que a colhida em 2014, quando totalizou 56,3 milhões de hectares, mas a safra ainda deve ser recorde, de 199,6 milhões de toneladas.
Arroz, milho e soja, os três principais produtos da safra, somam 91,5% da estimativa da produção e respondem por 85,3% da área a ser colhida. De acordo com o relatório, a soja cresce 3,9% em relação a 2014, enquanto a de arroz diminui 1,8% e a de milho recua 1%. Quanto à produção, é esperado um aumento de 2,6% para o arroz e de 9,8% para a soja, mas deve haver diminuição de 4,2% para o milho.
Segundo o IBGE, a estiagem deve reduzir em 5,4% safra de café em 2015, produzindo 2.562.335 toneladas do grão. Este ano, o Brasil deve produzir 1.892.109 toneladas de café arábica, ou 31,5 milhões de sacas de 60 quilos. A estiagem e as altas temperaturas prejudicaram a cultura em 2014, sobretudo em Minas Gerais e São Paulo. O fenômeno se repetiu no início de 2015, época de crescimento dos grãos. Minas, maior produtor de café arábica, registrou redução de 0,4% na estimativa de produção de fevereiro em relação à de janeiro.
Quanto ao café robusta, a estimativa de produção em 2015 é de 671.226 toneladas, ou 11,2 milhões de sacas. Houve piora de 4,4% em relação à previsão de janeiro. A safra do Espírito Santo, principal produtor de robusta, está estimada em 457.404 toneladas, redução de 6,3% ante a estimativa anterior. Mais uma vez a cultura foi afetada pela estiagem e altas temperaturas, o que reduziu e 6,6% o rendimento médio.
Outro dado do instituto é que, pela primeira vez, o Nordeste passará o Sudeste na produção de grãos. Segundo o levantamento de fevereiro, a produção do Nordeste será 23,617 mil toneladas superior à do Sudeste. A distribuição do volume de produção em 2015 ficou em 80,6 milhões de toneladas no Centro-Oeste; em 75,7 milhões de toneladas no Sul; em 18,9 milhões de toneladas no Nordeste; em 18,8 milhões de toneladas no Sudeste; e em 5,5 milhões de toneladas no Norte. Em relação a 2014, houve elevação de 20,4% na região Nordeste, de 5,1% no Sudeste, de 7,0% no Sul e 0,4% no Norte.