O declínio no ritmo de vendas americano é esperado, pois é sazonal, com o Brasil e América do Sul assumindo a liderança nas exportações geralmente a partir de fevereiro. Este ano, porém, essa transição foi mais demorada que o mercado esperava, devido a vários fatores que interferiram com a oferta de soja no Brasil durante o mês.
De acordo com os analistas, ainda é muito cedo para saber qual será a exportação total desta safra do Brasil, mas os números este ano estão bem atrás dos anos anteriores por dois motivos. O primeiro foi o plantio atrasado no Brasil, que jogou a colheita para mais tarde. Com isso, os chineses passaram a suprir sua demanda de soja de fevereiro e março dos Estados Unidos. Essa demanda maior ajudou a manter os preços acima do que os fundamentos apontavam nos últimos meses.
O segundo foi a greve dos caminhoneiros. Apesar de não ter faltado soja nos portos, as vendas encolheram, já que não era possível prever quando o movimento acabaria. Com os caminhoneiros ameaçando greve novamente, o mercado mostra aversão ao risco e vai buscar soja em outro lugar.
A consultoria AGR Brasil projeta que o pico de exportação brasileiro nesta safra poderá vir mais cedo que a média. Nos últimos anos este pico tem acontecido entre abril e maio. Mas, baseado em cálculos de fila de navios para o mês de março, a AGR Brasil vê a possibilidade de um volume acima de oito milhões toneladas de soja exportadas em março deste ano, possivelmente até um novo recorde, de 8,3 milhões toneladas , acima do recorde de abril do ano passado, que foi de 8,2 milhões toneladas.
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*Edição de Gisele Neuls