Para os especialistas, o Brasil tem que se preocupar mesmo é com a certificação dos armazéns. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), das 17 mil unidades cadastradas, 10 mil precisam se ajustar quanto à limpeza, controle de umidade e outros procedimentos exigidos, porque fazem parte do processo de vendas, o que não acontece com as outras sete mil.
O problema pode ser grande a partir de 2010. A capacidade estática de armazenagem do país é 10 milhões de toneladas menor do que a safra prevista para este ano, perto de 137 milhões de toneladas. Pode faltar ainda mais espaço, se armazéns ficarem impedidos de receber grãos.
Um dado preocupante é que nenhum armazém do Brasil é hermético, ou seja, totalmente vedado contra o ataque de pragas e insetos. Segundo o Ministério da Agricultura, o último levantamento oficial de perdas é de 1993. O estudo aponta US$ 1 bilhão em perdas, só com transporte e armazenagem.
Faltam também certificadoras. Até agora, o Ministério da Agricultura autorizou apenas seis empresas, e a previsão é chegar a 13.
Outro problema sem solução imediata é a segregação de grãos transgênicos e convencionais. O Paraná ainda não sabe o que fazer com a primeira safra de milho BT, plantada agora. O governo federal diz que está estudando o assunto.