Dólar fica perto dos R$ 3,30 e fecha no maior valor em quase 12 anos

Na economia internacional, o dólar voltou a subir no dia seguinte à reunião do Federal ReserveDepois de três dias seguidos de queda, a moeda norte-americana voltou a subir nesta quinta, dia 19, e fechou o dia no maior valor em quase 12 anos. O dólar comercial encerrou a sessão vendido a R$ 3,296, com alta de 2,56%. O valor é o maior desde 1º de abril de 2003, quando a divisa fechou em R$ 3,304.

A moeda norte-americana operou em alta todo o dia, mas disparou depois das 11h. Na máxima, por volta das 15h, a moeda chegou a ser vendida a R$ 3,305. Nas horas seguintes, porém, a alta diminuiu, mantendo a cotação abaixo de R$ 3,30. No ano, o dólar acumula alta de 23,9%. Apenas em março, a cotação subiu 15%.

Na economia internacional, o dólar voltou a subir no dia seguinte à reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). O órgão reduziu as projeções de crescimento para a maior economia do mundo, o que indica que o ciclo de aumentos dos juros básicos norte-americanos pode começar apenas no segundo semestre.

Mesmo assim, o otimismo no mercado financeiro global dos últimos dias, não perdurou. Juros mais altos nos países desenvolvidos reduzem o fluxo de capitais para países emergentes, como o Brasil, pressionando para cima a cotação do dólar em todo planeta.

Bovespa
 
O Ibovespa encerrou em queda acima de 1%, refletindo um ajuste no campo negativo diante dos receios do lado político no Brasil, especialmente após a agência de classificação de risco Moody’s afirmar que os protestos e a situação política atual pesam sobre o rating do país. 
 
– Hoje temos uma questão negativa no Brasil com a negação da Dilma por uma reforma ministerial após Cid Gomes ser demitido da pasta da Educação, gerando incerteza política – afirma Thiago Montenegro, analista da Quantitas.
 
Segundo ele, a afirmação da Mood’ys de que a rejeição e os protestos contrários ao governo têm consequências negativas para a nota de crédito do Brasil “jogam mais incertezas” sobre a capacidade do país de alcançar o equilíbrio fiscal. Com isso, o Ibovespa realiza uma “volta à realidade” e abandona a tendência de alta dos últimos dois dias.
 
– Depois de montar as carteiras com o mercado em alta, voltamos à realidade. A aprovação das medidas para cortar gastos ainda preocupa. Se boa parte disso não der certo, obviamente sofreremos as consequências, porque a Moody’s deu sinais de que considera o ambiente político para avaliar o país – concorda José Costa, diretor da Máxima Corretora.
 
O Ibovespa encerrou em queda de 1,11%, a 50.953,53. O volume negociado aproximado foi de R$ 5,737 bilhões.