Na propriedade de Marcos Megie, as atividades são as mais variadas: flores, citrus e soja. Mas com a chegada da Sexta-feira Santa, ele tem trocado o trabalho no campo pela lida no açude. Assim como Megie, outros 20 agricultores estão aproveitando os açudes de suas propriedades para garantir uma renda extra. Quem produz alevinos garante que o rendimento por hectare pode ser muito bom.
– A maioria dos produtores consegue de cinco a seis toneladas do peixe, mas tem alguns que conseguem de oito a 10 toneladas – diz.
Desde 2011, a cooperativa Ijuí Peixes disponibiliza sua estrutura para famílias de agricultores da região. O prédio do abatedouro é mantido pela prefeitura municipal.
– A cooperativa é formada por agricultores familiares. Eles ocupam a estrutura do abatedouro para produzir o pescado. Cada um que produz o seu pescado trabalha em associações dos próprios agricultores. Eles mesmos fazem a viceração do pescado, receberam treinamento para isso. Eles produzem o peixe, trazem para o abatedouro e então esse pescado vai ser destinado para o mercado consumidor do nosso município – explica o médico veterinário da Secretaria Municipal de Agricultura de Ijuí, no RS, Adriano Lorenzoni.
A estrutura comporta 12 pessoas para trabalhar em um mesmo turno. O principal cultivo na região é o de carpas e, por dia, é possível abater três mil quilos de peixes.
Na última semana, a procura por abate foi grande e a operação precisou ser intensificada.
– Na feira da Semana Santa do ano passado, foi vendido em três dias do evento, cerca de sete mil quilos de pescado. Temos expectativa de superar esse número esse ano – salienta.
Com o crescimento da cooperativa, os objetivos agora são associar mais produtores para a entrega do pescado e também aprimorar os produtos oferecidos.
– Tem tido uma aceitação boa no mercado, é claro que é preciso industrializar ainda mais esse pescado. Quanto mais pronto chegar à mesa do consumidor, melhor – conclui Lorenzoni.