O maior problema apontado pelos especialistas é a dificuldade de execução das obras definidas como prioridade para o escoamento e exportação da produção agrícola, como a construção de hidrovias e ferrovias.
– São investimentos de longo prazo. Nós imaginamos que nos próximos cinco anos não vá existir nada, não haverá nenhuma tonelada adicional extra de capacidade que esteja implantada e operando em ferrovia no Brasil. Pouca coisa poderá ser feita, mas não em ferrovias de grande porte. É capaz de nos próximos sete, oito anos, ter alguma capacidade adicional – aponta o presidente-executivo da Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (Anut), Luis Henrique Baldez.
Segundo os especialistas no setor, o país investe apenas 0,6% do PIB em transporte. Para dar conta do crescimento dos últimos anos seria necessário quadruplicar o volume orçamentário. O Brasil ocupa hoje o 65º lugar por desempenho em logística num ranking com 160 nações analisadas. Executou cerca de 60% a 70% do previsto em investimentos para o setor de transportes nos últimos 10 anos.
– O agronegócio sente diretamente a falta de investimento em infraestrutura de transportes, devido ao acréscimo no custo do frete. Então, isso significa que a BR 163 está ruim, há a dificuldade de chegar nos portos da região Norte para que o país fique mais competitivo – analisa o diretor do Ipea, Carlos Campos.