Custos estão pressionados para cima por conta do aumento da energia elétrica e o preço ao produtor, mesmo com menor oferta, está baixo.
Em fevereiro, o volume captado de leite em Mato Grosso registrou queda de 25,36% em relação a janeiro. Com relação ao mesmo período do ano anterior, o recuo é de 17,72%. A falta de chuva em algumas regiões prejudicou a oferta de forragem. Para completar, os custos de produção de leite, especialmente a alta da energia elétrica, oneraram ainda mais a produção leiteira.
Mesmo com uma menor oferta, o preço ao produtor continuou desvalorizando. A variação, entretanto, foi pequena, sinalizando estabilidade ou até mesmo elevação nos preços pagos ao produtor nos próximos meses, segundo a expectativa dos representantes de laticínios/cooperativas. Esta desvalorização na cotação do leite foi também registrada nos principais estados produtores, e está atrelada à dificuldade que o mercado de lácteos está atravessando, em que a demanda por leite não tem acompanhado a oferta.
Custos
Os custos com energia elétrica na pecuária leiteira mato-grossense iniciaram 2015 com elevações. Com isso, os produtores devem ficar atentos ao consumo de energia elétrica, visto que o preço do leite recebido pelo bovinocultor segue decrescendo. No final de janeiro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já havia autorizado um aumento de 26,8% no valor da energia elétrica distribuída pela Energisa em Mato Grosso, em razão de uma revisão extraordinária das tarifas.
Com o reajuste, a relação de troca se mostra desfavorável ao produtor, sendo necessário produzir 0,36 litro de leite para pagar 1 kwh em fevereiro de 2015, correspondendo a um aumento de 28% em relação a fevereiro de 2014, quando era necessário 0,28 litro. Ante a atual conjuntura, o momento deve ser de cautela, devido à baixa produção no período corrente e pelo cenário baixista de preços, o que pode vir a comprometer a rentabilidade do produtor.
Preços
No mês de fevereiro o preço médio do leite UHT reduziu 5,26% frente a janeiro. Essa redução está atrelada aos altos estoques e ao enfraquecimento da demanda. Os derivados lácteos na indústria estão com preços praticamente estáveis, com exceção do leite pasteurizado, que aumentou 2,47%.
Mesmo estável, a relação de troca entre o milho e o leite ainda é desfavorável ao produtor, sendo necessário vender 24,24 litros de leite para comprar uma saca de milho. As importações de lácteos recuaram em fevereiro cerca de 25,09%, a queda se deu devido às menores quantidades adquiridas de leite modificado, queijos e leite em pó.
Edição de Gisele Neuls